Ontem, ao cair da noite, houve uma festa de arromba no Língamo, cadeia onde estão presos os condenados no caso das dívidas ocultas. Contrariamente ao que o povo moçambicano pensa, as penas aplicadas pelo tribunal não afectaram grandemente aquela turma. Eles contavam que fossem apanhar acima de 16 anos. As penas foram demasiadamente brandas. Os que bebem, embebedaram-se para o burro!
E dizem que o Gregório Leão até estava a cantarolar de alegria!
E há motivos para esta comemoração. Todos provavelmente em 2025 vão poder sair pela condicional. Mas antes disso, para o ano já podem ter saídas precárias. E gastarem o remanescente da mola.
O legislador não foi nada omisso neste novo Código Penal. Tudo foi encenado. O timing da sua entrada em vigor. Era exactamente para isto: para que os réus tivessem penas brandas. Este processo tem um cunho político. Sempre teve. A PGR Seleccionou meticulosamente os indivíduos envolvidos. E, por sua vez, o tribunal também fez a sua parte. Resistiu ferozmente quando a defesa dos réus solicitou a presença de Nyusi na tenda ou a audição de Jean Boustani. Porque este não era o plano. Tinha de se seguir, à risca, a agenda.
E tudo foi consumado!
Fomos roubados. Empobrecidos. Cortaram-nos a vontade de sonhar, de fantasiar, e continuam impunes. E não se enganem. Se não fosse o Wall Street Journal a publicar, em primeira mão, sobre o calote, nada teria sido feito. Se não fossem os EUA a mandarem prender o Chang, talvez este um dia até chegava a Presidente da República.
A Frelimo sempre soube da existência do calote. Beneficiou-se dele. Era assunto dos camaradas. Até o Maleiane, quando o escândalo explodiu, negou que o País tinha tal dívida. E agora?
A justiça não foi feita. Esta, da BO, tem sabor agri-doce. Experimenta tu, cidadão comum, roubar uma galinha…
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