Durante a Sessão ordinária da Assembleia da República da última quinta-feira, dia 01 de Dezembro de 2022, o plenário da casa magna ficou gelado, as bocas dos deputados semi-abertas e rugas de profundo espanto se alojaram nos seus rostos.
Tudo isto porquê?…..devido a um ponto prévio aterrador apresentado por Venâncio Mondlane, conhecido como VM7, deputado que se tem notabilizado pelos seus vídeos impactantes nas redes sociais e pelo seu canal de Facebook que o tem colocado entre os maiores influencers políticos da actualidade.
Após a colocação formal da base legal em que pedia palavra, Venâncio Mondlane inicia o seu discurso matinal, dizendo textualmente o seguinte:
“Senhora Presidente da Assembleia da República, a Bancada Parlamentar da Renamo, apresenta este requerimento por estar profundamente desapontada, decepcionada e em certa medida chocada, em face de notícias que correm na media há dias relacionadas com uma operação policial na Zambézia, onde foi neutralizada uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas pesadas”. Dizendo isto, a sala já ficava aos poucos dominada por um silêncio pouco comum. O deputado da RENAMO, conhecido como “bomba atómica da política” prosseguiu:
“Senhora Presidente, após a neutralização dessa operação criminosa de transporte de drogas pesadas a partir do porto de Macuse, o SERNIC da Zambézia, em conferência de imprensa informou que a quantidade não especificada desta droga tinha como mandantes titulares de órgãos públicos muito bem colocados em órgão de soberania do País”. Chegado aqui, o silêncio tornou-se profundo na sala de sessões, os deputados entreolhavam-se como quem tivesse sido atingido por um raio ou uma descarga eléctrica de alta tensão.
“Senhora Presidente” – levantava o tom de voz, Mondlane – como é característico dele quando quer trazer revelações electrizantes – O mais grave de tudo isto – o bolo na cereja é que o SERNIC da Zambézia disse que um dos mandantes é um deputado muito bem renomado e de grande influência. Quando VM7 disse isto, nesta altura começaram, os deputados, a mexer as costas no encosto das cadeiras luxuosas da Assembleia da República e as nádegas gordas na base dos faustosos assentos.
Mondlane já estava falando como uma metralhadora, as palavras saiam de sua boca como balas, a sua voz trovejava na atmosfera da sala, os deputados estavam incrédulos, os cochichos se intensificavam entre os mandatários do povo e na galeria onde se destacavam convidados que pela cor e tom da pele pareciam parceiros de cooperação do país e representantes da diplomacia.
“O mais grave Senhora Presidente” – preparava-se para rematar VM7 – “o mais grave é que ficamos a saber junto a investigação que fizemos – que o tal deputado é membro da Comissão Permanente da Assembleia da República – é parte da mesa que dirige esta casa – a pessoa visada está na ala onde se senta a Presidente – se encontra aí muito próximo de si Senhora Presidente.” Quando Mondlane chegou a este ponto a sala quase que desmaiava de choque profundo.
Terminando a sua alocação o deputado exigiu a Presidente: “Senhora Presidente! recomendamos que, oficiosamente, faça uma comunicação ao SERNIC manifestando disposição absoluta e incondicional em colaborar, incluindo levantar a imunidade do deputado Barão de droga para que seja devidamente investigado, neutralizado e responsabilizado por ser um lesa pátria.”
Em face a esta denúncia grave, como jornalistas, mas sobretudo como patriotas, recomendados ao SERNIC a divulgar o nome desse deputado que está envolvido neste crime de contrabando de drogas pesadas e liderança de quadrilha que viemos a saber que já chegou a entrar em troca de tiros com a Polícia da Zambézia. (Omardine Omar)
In “Há um ‘barão’ de drogas na AR” – dispara Venâncio Mondlane (integritymagazine.co.mz)