ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
O presidente do Gana, Nana Akufo-Addo deseja e está trabalhando forte para que os “africanos da diáspora”, como ele denomina os descendentes dos escravos africanos vendidos a outros continentes, visitem e passem a residir naquele país. Com este objectivo, o Governo de Gana criou uma 'campanha' para tornar mais fácil para eles retornarem à “terra-mãe.”
Pela sua importância, acompanhe aqui o excerto do surpreendente discurso do Presidente do Gana sobre a África e a diáspora.
«Acho, que as coisas que nos trouxeram aqui hoje nos dizem muito sobre o desenvolvimento do nosso Continente africano. Eu começo dizendo que, o lugar da diáspora, a situação das pessoas na diáspora, da diáspora africana está intimamente ligada ao que acontece no Continente.
Se África é forte e está se desenvolvendo isso, muda sua posição e seu status aqui na Europa, mas é na África que continua a narrativa da pobreza; crianças famintas pessoas atravessando o Saara em borcos raquíticos e morrendo no meio do caminho para chegarem à Europa. Essa Africa não é uma narrativa que vai te ajudar por aqui, então, entre você e nós nossa principal tarefa é uma transformação do Continente.
- porque eu digo, apenas um exemplo; a diáspora chinesa deve ter cerca de [60] milhões de pessoas e na tabela de Estados constituem a [25°] país do mundo, acreditasse dos [52] bilhões de investimentos estrangeiros que entraram na China nos anos [80] e [90] que transformou a China no centro manufactureiro do [50%] há [26%] vieram da comunidade chinesa no exterior, o desenvolvimento da China que ocorreu mudou o status e a posição dos chineses em todo o mundo.
Então, eu quero que você leve essas estatísticas muito a sério, porque essa é, a conexão transformadora que queremos fazer com a diáspora africana como implicar no desenvolvimento do Continente, uma vez que, mudamos a narrativa sobre a África e só podemos faze-lo nós mesmos, temos que nos afastar da ideia de que, há algum pai natal em algum lugar que virá e desenvolverá nosso Continente para nós; não existe tal pai natal, há apenas nós que seremos capazes de desenvolver o nosso Continente.
O desenvolvimento do nosso Continente africano, então quando essa mentalidade é a nossa mentalidade que temos que fazer nós mesmos as nossas relações com as outras pessoas tornarem-se muito mais estruturadas ou espontâneas. As nossas relações com a França, as nossas relações com a Europa são naturais olhe para a geografia do mundo, África e Europa são parceiros naturais é só esta pequena faixa de água do Mediterrâneo que separa nós os dois, então quando você olha para isso e você olha também a história que se passou entre Africa e a Europa, que é uma relação natural e a Aliança natural, mas uma relação que tem que ser diferente da relação que tivemos até agora.
Porque digo…essa relação enriqueceu a Europa, mas não enriqueceu a África, por isso, precisamos mudar essa dinâmica e só podemos fazê-lo por nós mesmos tomando as medidas correctas para o nosso futuro é aí que está o meu foco é, por isso, que eu estou muito animado com a possibilidade de ter esse encontro, que todos nós podemos começar a falar a mesma língua; a língua de cooperação, a língua da colaboração, mas para um fim diferente.
Não pode ser certo que o Continente que supostamente têm os recursos mais ricos de todos os Continentes do mundo, seja também o lar das pessoas mais pobres do globo, há uma desconexão e …não é uma boa desconexão nós, precisamos trabalhar para mudar essa desconexão.
Então, quando estamos falando sobre a necessidade de autossuficiência é porque …particularmente importante reconhecer que temos os recursos que temos, a população mais jovem do mundo, [25%] da nossa população está abaixo dos [19] anos é uma quantidade enorme de recursos de força potencial, e uma vez que, apostamos na educação encontramos os meios para educar esta população e… dopta-la de habilidades, então estamos colocando a África no caminho de um crescimento económico muito forte.
Por um, por outro lado, podemos replicar o que foi feito na Ásia, se como eles mantivermos a disciplina e a análise correcta do que precisamos fazer para avançar nosso Continente para frente. Realmente, se eles foram capazes na Ásia em uma geração de transformar a vida de centenas de milhões de chineses, centenas de milhões de indianos, porquê não podemos replicar o mesmo fenómeno em nosso Continente? Podemos fazê-lo!
E, não tenho dúvidas de que, vocês aqui podem dar uma grande contribuição para essa transformação que todos estamos procurando. E quando estamos dizendo isso é muito importante que reconheçamos isso, não estamos dizendo que estamos virando as costas para o mundo, não! Não podemos isso, vivemos no mesmo planeta precisamos da associação da parceria com países como França, as tecnologias que eles desenvolveram aqui, muitas, muitas áreas todas essas coisas importam, porque podemo-nos beneficiar de forma rentável. Mas, tudo sempre, a partir de um entendimento que cabe a nós definir a relação que queremos com o resto do mundo, não devemos ficar presos na linguagem ou na narrativa que diz que somos apêndices do pensamento alheio e das políticas do ou das vontades dos outros isso não vai ajudar.
Então, Sr. Presidente, notando que chegou a hora de tomarmos nosso destino em nossas próprias mãos, agora faz seis décadas que o movimento de independência varreu a África , os que lutaram tinham o entendimento , de que , a independência trará não apenas Estados soberanos da liberdade, mas também nos fornecer a base para a transformação social e económica de nossos países, mas também, nos fornecer a base para a transformação social e económica de nossos países, que ainda não aconteceu, contudo os indicadores são todos muito , muito positivos há vários países no Continente eu teria muitos problemas se começasse a identificar alguns deles aqui , então não devo mencionar e não mencionarei nenhum , mas há vários no Continente que , visivelmente você pode ver que estão no caminho certo para o que precisamos fazer.
Mas, para concluir, há apenas uma coisa que… quero dizer aos meus irmãos e minhas irmãs da diáspora africana nesta sala e isso é algo que talvez quando eu ouço a mameira como há muita preocupação com o status na França e as barreiras na França, mas… há uma coisa que todos vocês devem se lembrar e espero que você associe isso comigo: “o destino de todos os negros do mundo onde quer que estejam está ligado a Africa”.
“Deixe-me repetir isso… O destino de todos os negros do mundo onde quer que estejam está ligada a África e o desenvolvimento de África eleva o status de todos os negros ao redor do mundo e o não desenvolvimento de África, também representará os negros ao redor do mundo”.
Então, obrigado por esta oportunidade de vir falar com você».
Texto e arranjos: Manuel Bernardo Gondola
Maputo, aos [30] de Dezembro, 20[22]