Há barulho nas Forças Armadas de Moçambique (FADM). Diferente de outros Funcionários e Agentes de Estado (FAE), o salário mínimo em vigor nas FADM contínua a ser 3 524 meticais, abaixo do mínimo permitido, e para aumentar a fúria dos militares, o Estado Maior General ainda não canalizou o vencimento referente ao mês de Novembro, que se espera que venha marcar o início da implementação da Tabela Salarial Única (TSU).
Com a TSU, espera-se que o salário mínimo de 3 524, para um soldado raso, venha quadruplicar para 12 758 meticais, um salto histórico que, no entanto, veio criar um outro barulho nas classes de praças e sargentos com formação académica superior, na medida em que não terão qualquer reajuste salarial porque “já recebem acima do definido na TSU”, justificaram os chefes dos vencimentos.
Os critérios de enquadramento do regime e os quantitativos dos suplementos e os quantitativos dos níveis salariais e escalões das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) estão definidos no decreto n.º 53/2022 de 14 de Outubro, dando a este grupo um tratamento privilegiado dos demais FAE, cujo enquadramento na TSU é definido pelo Decreto n.º 50/2022 de 14 de Outubro.
Nesta quarta-feira, o Estado Maior General emitiu um comunicado onde justifica o atraso do salário referente ao mês de Novembro, afirmando que “face à conjuntura derivada do processo de transição de processamento e pagamento de vencimentos militares, Tabela Salarial Antiga (TSA), os vencimentos do mês de Novembro/2022 serão pagos com um ligeiro atraso relativamente ao habitual”.
O documento assinado pelo Chefe do Estado Maior General, Joaquim Mangrasse, não especifica a data do pagamento, limitando em exortar “a todos os efectivos das FADM a manterem-se calmos, vigilantes e prontos para o cumprimento das missões confiadas”.
Na TSU dos FADM, onde não chegou de ser implementado em Junho passado, diferente do que se assistiu dos demais agentes e funcionários do Estado, o salário mínimo do soldado raso, patente mais baixo enquadrado na classe dos praças (18-22), deverá passar de 3 524 para 12 758 meticais.
Apesar deste aumento que já criou expectativas na classe, há uma reclamação relacionada com o facto de não ser mais relevante a formação superior nas classes de praças e sargento, cujos desenvolvimentos o jornal irá trazer na sua versão imprensa, na terça-feira (06).