Numa altura em que a sociedade moçambicana encontra-se em polvorosa devido ao problema das isenções milionárias que beneficiaram o renomado empresário Salimo Abdula, tendo obrigado a Direcção-Geral das Alfândegas emitir ordens de serviços e vazar documentos nas redes sociais sobre os contornos do caso. Eis que desde a calada da noite da última quarta-feira (25), um vídeo de 11 segundos viralizou nas redes sociais. Em causa estava a confirmação de que a viatura avaliada em mais de 25 milhões de meticais.
Sobre este veículo, as autoridades alfandegárias ainda não disponibilizaram a documentação e os contornos da sua importação, se o mesmo terá se beneficiado do Decreto ora revogado ou se a mesma entrou no País em outros moldes. Muito antes do actual “vuku-vuku”. O facto é, que Florindo Nyusi, filho do Presidente da República, circula pelas artérias da ex-cidade das Acácias, cidade de Maputo com o veículo similar, levantando aqui, mais questões sobre a razoabilidade de um Decreto aprovado a 28 de Dezembro de 2022, “numa altura em que os moçambicanos estavam distraídos com a quadra festiva e as organizações da sociedade civil que fiscalizam as contas públicas de férias.”
Entretanto, há mais de um ano que a Federação Moçambicana de Ginástica não consegue desalfandegar materiais desportivos doados pelo organismo internacional que vela pela modalidade, tudo porque não tem dinheiro para pagar as referidas taxas. Situando-se actualmente em mais de um milhão, mas em contrapartida, o Estado vai perdendo dinheiro onde deveria ganhar, mandando passear “o amor ao País que todo desportista carrega”. Mas para aprovar decretos que beneficiam à um grupo em detrimento dos outros, facilmente se faz! (O. Omar)