A detenção e possível extradição de Manuel Chang para os Estados Unidos de América (EUA) não será o fim do calvário e da luta que a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá que lutar até onde conseguir nos próximos anos. O facto é que a Justiça norte-americana já tem a foto e o dossiê do seu próximo alvo.
De acordo com uma fonte judicial norte-americana e que no momento encontra-se a seguir o “caso Chang” na vizinha África do Sul, revelou à “Integrity” que a ida de Manuel Chang, antigo ministro da economia e finanças e ex-deputado pela bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República (AR), não será o fim do caso.
A fonte que falava em “off the record” para à nossa reportagem e que permitiu que publicássemos, mas sem citar o seu nome, disse que está tudo preparado para que Manuel Chang siga viagem para os EUA, onde espera-se que colabore com as autoridades americanas “for everyone’s sake if you want to get red of this situation as soon as possible” que traduzido fica [para bem de todos caso queira ver-se livre desta situação, mais cedo possível].
A fonte explicou no momento não podiam avançar o nome, uma vez que estão a espera que as instituições sul-africanas entregassem Manuel Chang, o mais breve possível com vista a facilitar o trabalho e a vida dos envolvidos. Entretanto, a fonte garantiu que as atenções para o alvo serão mais viáveis a partir de princípios de 2025, uma vez que Moçambique já estará num novo ciclo governativo, com as eleições autárquicas neste ano e as distritais, provinciais, legislativas e presidenciais em 2024.
A fonte garantiu que a não detenção do novo e principal alvo das autoridades americanas no mega-escândalo das dívidas ocultas depois de Manuel Chang, deve-se a questões de legalidade e soberania entre os Estados que devem ser respeitadas, mas que depois de 2024, tudo estaria viável, uma vez que as equipas judiciais americanas e da Interpol já estão a seguir os passos legais e rotina do alvo em Moçambique e fora do país.
De referir que em Dezembro de 2022, a 6ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM) condenou 11 dos 19 arguidos do processo nº 18/19-C, a penas que variam de 10 a 12 anos de prisão efectiva, marcando assim, a primeira etapa de busca de responsabilização pelos empréstimos inconstitucionais realizados entre 2013 a 2014, no valor de 2.7 mil milhões de USD pelas empresas públicas EMATUM, ProIndicus e MAM, alegadamente sem o conhecimento da Assembleia da República (AR) controlada na sua maioria pela bancada da Frelimo que na investigação americana, terá recebido luvas de 10 milhões de USD e uma viatura de avaliada em um milhão de USD para a campanha eleitoral que colocou no poder, o actual presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi. (Omardine Omar)