RESUMO DA SITUAÇÃO
Após alguns dias de intensa atividade insurgente que coincidiu com a visita do CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné,
a Cabo Delgado, a frequência de incidentes voltou a um ritmo mais moderado na semana passada. O evento mais significativo foi registado esta semana em Nairoto, distrito de Montepuez, onde um grande grupo de pelo menos 30 combatentes, possivelmente mais, atacou por volta da meia-noite entre 12 e 13 de Fevereiro, matando cinco membros das forças de segurança. A administradora do distrito, Isaura Máquina, confirmou que nenhuma infraestrutura civil foi alvo do ataque. A mina de exploração Nairoto Resources Limitada, pertencente a Gemfields, 15 km a nordeste de Nairoto, foi evacuado no dia seguinte.
O grupo estava armado com granadas propelidas por foguete (RPG-7s) e metralhadoras leves (PKMs). Uma fonte local disse que foram observadas duas células de insurgentes a operar na zona e que ambas provinham de bases junto ao rio Messalo, perto de Muidumbe. Esses insurgentes provavelmente estão na área desde o ataque a Namoro, perto de Nairoto, a 4 de Fevereiro. Um documento oficial da administração de Montepuez registra que metade da população de Namoro, Nairoto e Nanhupo fugiu da área. A aldeia de Mwiriti, 50 km ao norte de Nairoto, também foi atacada a 6 de Fevereiro, mas até a data, não foram relatadas quaisquer vítimas. A Organização Internacional para Migração registrou a chegada de 3.337 pessoas a um acampamento para deslocados fora da cidade de Montepuez entre 1 e 7 de Fevereiro.
A circulação na R698 entre Montepuez e Mueda continua a ser afetada por estes ataques, com viaturas a necessitar de
escolta armada das forças de segurança.
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