Por Francisco Nota Moisés
"O detentor deste documento de viagem pode ir para qualquer outro país excepto Moçambique." Estas palavras vinham carimbadas numa das páginas do documento de viagem, espécie de passaporte das nações baseado no artigo 51 da Convenção de Genebra sobre os refugiados que me foi emitido em Ottawa antes de ser cidadão do Canadá e quando ainda não me qualificava para receber o passaporte nacional. Como refugiado, o governo do Canadá acharia muito difícil intervir para me resgatar das garras de dentes dos terroristas da Frelimo, se eu tivesse tido o infortúnio de cair na boca do crocodilo frelimista. Mas o crocodilo terrorista Frelimo havia de me matar logo mal que conseguisse me capturar. Eu conhecia mais profundamente a natureza terrorista da Frelimo do que os burocratas da capital canadiana, um dos quais me disse um dia naquela década de 1980 que: "nós não queremos que vocês tragam e travem a vossa guerra aqui no Canadá" ao qual respondi com tom muito duro e de poucos amigos, "são os frelimistas que são terroristas e não eu. Nunca o fui. Nunca danifiquei a ninguém. Travei sim lutas físicas com alguns dos chefes terroristas da Frelimo em Dar Es Salaam na Tanzânia quando alguns deles de pistolas nas mãos queriam me matar e não conseguiram apesar de eu não estar armado.
E enquanto detentor daquele documento, para mim não era somente o país sob o regime terrorista da Frelimo que devia evitar. Inclui todos os países comunistas e países ditatoriais africanos, não importando se eram ditaduras da esquerda ou da direita. Era então o tempo em que o governo do malogrado presidente Daniel Arap Moi do Quénia me rogou para que eu lhe ajudasse a estabelecer contacto com a Renamo a pedido do barbudo-carecudo Joaquim Chissano. Eles sabiam do Chissano que eu tinha entrado nas zonas libertadas da Renamo na Zambézia em Outubro de 1986.
O bilhete de avião que recebera do governo do Quénia queria que eu fosse a Nairobi num voo dum avião que passaria por Adis Abeba na Etiópia, então sob o regime sanguinário do stalinista Mengistu Haile Mariam que ainda se encontra foragido no Zimbabwe, se que o tirano ainda não morreu.
Mudei de voo e viajei para o Quénia num avião da British Airways com um voo direto de Londres para Nairobi que era para eu não cair na armadilha do Mengistu que de bom grado me entregaria aos seus colegas terroristas da Frelimo que me matariam e comeriam logo por causa da sua zanga e raiva contra mim.
Com aquele título de viagem fui varias vezes para o Quénia e Malawi.
Antes daquele titulo emitido por Ottawa, tinha tido um outro da mesma Convenção 51 de Genebra para os refugiados emitido em Nairobi onde vivera por 17 com dois anos em absência na Emaswatini (Swaziland) onde trabalhei para o governo americano que me recrutara da BBC em Nairobi. Com esse documento emitido em Nairobi, fui a Inglaterra e a Portugal em 1982 e naqueles dois países ninguém me incomodou. No tempo de Salazar teria sido preso e acusado de ter traído Portugal para me associar com os terroristas da Frelimo.
A lição desta historia é que as pessoas devem ser espertas para evitar cair nas ciladas de satanases como os da Frelimo, como infelizmente aconteceu com o padre Mateus Pinho Gwenjere, o grande herói na luta contra a tirania e o barbarismo dos grandes dos terroristas da Frelimo então liderados por Eduardo Mondlane.