“Não se pode pôr o ónus apenas no Estado moçambicano”, defende o Coronel Luís Bernardino. Os indicadores estavam lá há cinco anos e a comunidade internacional também. Com a intervenção das forças da SADC e do Ruanda, em colaboração com o exército moçambicano, a situação está mais calma, porém é muito mais fácil acabar com a paz do que repô-la. Uma conversa de Cristina Peres com Luís Bernardino
Um relatório do gabinete de contraterrorismo do Departamento de Estado norte-americano datado de 28 de fevereiro apura que o autoproclamado Estado Islâmico fez, em 2021, um total de 384 ataques dos quais resultaram 1127 mortos, entre civis, forças armadas e outros combatentes. A cidade de Palma, na província de Cabo Delgado, foi tomada pelo Estado Islâmico em Moçambique e, no mesmo ano, a resposta conjunta das forças armadas moçambicanas e das do Ruanda “recuperaram quantidades significativas de território” que estava sob controlo dos terroristas.
Como se vive hoje na província de Cabo Delgado? Já é possível o regresso das populações? E a região, está mais pacificada?
Colocámos estas e outras perguntas ao convidado, o Coronel Luís Bernardino, para que nos atualizasse sobre o que se passa na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Na situação de Reserva desde o final de 2022 após 35 anos de carreira, chefiou e formou gerações de militares das Forças Armadas Portuguesas. Além disso, foi conselheiro miklitar e representou Portugal na NATO (2017-20219) E junto das administrações de transição das Nações Unidas em Timor-Leste da União Europeia na Somália e no Mali.
Este episódio de O Mundo a Seus Pés é da autoria da jornalista Cristina Peres e a edição multimédia é de Salomé Rita.
EXPRESSO(Lisboa) – 27.03.2023