EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Ptesidente da República(132)
Viu, o Presidente, o que aconteceu na terça-feira, na cidade de Maputo e arrabaldes, nas exéquias do músico Azagaia? Aquilo foi o mais forte sinal de grito de profunda insatisfação popular, qual antecâmara de tempos tenebrosos nos pleitos eleitorais que se avizinham. Vai ser necessário mais do que o jeitinho de sempre para a Frelimo ganhar as próximas corridas eleitorais.
Fica claro que o Nyusismo é a mais perversa máquina de destruição de nossa história republicana!
O povo aproveitou a boleia das exéquias do mano Azagaia para sair à rua e expressar o que sempre quis expressar. O povo mostrou que Moçambique é muito maior e muito melhor que a Frelimo. £ o povo no poder!
Não vai ser fácil, mas urge reconstruir esta nação devastada por um desgoverno e combater o Nyusismo para salvaguardar a democracia e as instituições republicanas que lutam pela equidade de oportunidades e pela cidadania.
São constantes ataques à nossa ainda fragilizada democracia, quase balzaquiana, em processos e retrocessos de construção histórica. O País sofreu uma regressão sem precedentes desde 2014, quando o Presidente Nyusi foi "eleito".
Contudo, esta semana acendeu--se-nos a esperança. Vimos que é possível a reafirmação do sentido da cidadania moçambicana, é possível nos livrarmos do Nyusismo e da sua necropolítica escrachada. Infelizmente, o Nyusismo instaurou-se no País e deu voz a uma legião de lambe-botas que propagam um ódio fecundo a quem pensa diferente (o povo, obviamente) ao ponto de depredar o sonho colectivo. Não se trata de vandalismo, ou algo parecido. São criminosos que utilizam a sensatez do povo moçambicano para destruírem este belo Moçambique que é a casa de todos nós.
Fica claro que para derrotar os que atrasam o nosso País, não precisamos de partidos políticos. Até mesmo para arrancar as reivindicações mais básicas e urgentes, como o fim do desemprego, da carestia, e a reversão da entrega do País, só se faz com o povo nas ruas.
DN – 17.03.2023