Desconhecidos voltaram a incendiar um carro com matrícula moçambicana, na vizinha África do Sul, que fazia a rota Durban-Maputo. Os transportadores do Terminal Internacional da Junta sentem-se abandonados e exigem respostas do Governo.
Sem gravar entrevista, o proprietário da viatura contou que foi interceptado por três indivíduos e obrigado a abandoná-la. Entretanto, avançou que não houve registo de vítimas humanas, pois transportava apenas mercadorias.
Com o aumento de casos de queimas de viaturas, o ambiente que se vive no Terminal Internacional da Junta é de pânico, segundo contou Ananias Madeira.
“É muito triste a situação. A pessoa sacrifica-se durante anos para comprar um carro e em fracções de segundos aparece alguém para queimar. Isso é bastante complicado”, disse o transportador.
Os ataques às viaturas moçambicanas na vizinha África do Sul condicionaram as viagens e os transportadores já nem contam os prejuízos.
“Não temos vias alternativas, porque por onde nós vamos, lá estão os malfeitores para nos atacar e queimar os nossos carros. Estamos com os carros parados nos parques e o negócio não é mais rentável”, lamentou Raimundo Muchanga.
E porque o negócio não vai bem, os transportadores nada podem fazer, senão esperar sentados por respostas do Governo.
“Nós até tentamos resolver indo fechar a fronteira da Ponta do Ouro, para que o Governo reagisse, mas mesmo assim, não ouvimos, nem vemos respostas e as nossas viaturas continuam a ser atacadas”, queixou-se Muchanga.
Segundo os transportadores, totalizam-se 14 viaturas com matrícula moçambicana queimadas na África do sul.
Na semana passada, delegações dos dois países estiveram reunidas para resolver o problema, mas ainda não foram apresentadas soluções.
O PAÍS – 06.03.2023