É mais um exemplo claro de que as afirmações do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Ismael Correia, não soaram bem para vários moçambicanos, facto este que tem merecido diversos debates e repúdios.
Deste modo, um vídeo que circula pelas redes sociais e que viralizou nos últimos dias, demonstra que as afirmações de Celso Correia, de que “90% dos moçambicanos já tem três refeições diárias”, feriram até os seus camaradas a nível do Partido.
O vídeo que em princípio foi gravado numa reunião realizada em Maputo entre os quadros do Partido e as brigadas centrais, questionam as declarações do Ministro Celso Correia.
Segundo a interveniente e que foi bastante aplaudida, “como é que um dirigente nosso, vai à Media internacional falar que em Moçambique, as pessoas têm três refeições por dia (…) para mim acaba sendo triste, porque a realidade daquilo que agente vive não é essa. E depois se um dirigente nosso, porque quem está no poder aqui é nosso partido (…) todos nós aqui na sala, sabemos muito bem que o combatente vive mal. Mesmo a alimentação é difícil. Acesso ao hospital é difícil. Acesso ao transporte é difícil. Temos muitos veteranos que vivem mal e morrem de qualquer maneira, e até para ter direito a um caixão é difícil. E eu levantei mesmo, porque a chefe da brigada falou da pobreza extrema (…) como é que vai aparecer uma outra pessoa a dizer que nós conseguimos (…).”
Num outro vídeo, uma camarada e por sinal professora e funcionária pública, explodiu perante altos quadros do partido Frelimo que nos últimos dias tem feito démarches pelo País todo, com vista a preparar as eleições que se avizinham. No vídeo a cidadã em questão diz: “E hoje estão aqui precisam de nós. Eu vou dizer, nós os professores não somos da Frelimo, somos a Frelimo. Mas a Frelimo não nos considera. O Estado não considera o Professor. Ouvi uma palavra aqui, a dizerem, que o Professor é que formou o engenheiro, mesmo o próprio presidente quem formou foi o Professor, mas esquece. Vai nos mandar beber água sem comer. Vai nos mandar beber água sem comer nada. Eu já sabia que tarde ou cedo iriam precisar de nós, mas mesmo a pessoa que nos mandou beber água, hoje precisa de nós (…) nós estamos dispostos a trabalhar, mas primeiro resolvam os nossos problemas (…).”
Estas afirmações surgem depois do Presidente da República, Filipe Nyusi, ter dito durante numa das suas intervenções que os Professores e médicos deveriam parar de murmurar e de atrapalhar o seu Governo, e que sentassem e bebessem água, porque eles estão a trabalhar no âmbito da Tabela Salarial Única (TSU).