Morreu neste sábado (25), o médico e político moçambicano, Pascoal Manuel Mocumbi (1941-2023), o antigo Primeiro-ministro da República de Moçambique. A morte do político foi devido a uma doença prolongada. Mocumbi foi um dos membros-fundadores da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
Enquanto dirigente, foi Ministro da Saúde, dos Negócios Estrangeiros (entre 1987 e 1994) e Primeiro-ministro do Governo de Moçambique de 1994 até 2004. Deixou o cargo em 17 de fevereiro de 2004 para se candidatar a Director-Geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), cargo para o qual não conseguiu ser eleito.
Em vida foi também, alto representante da Parceria dos Países Europeus e Países em Via de Desenvolvimento para os Ensaios Clínicos.
Pascoal Mocumbi nasceu a 10 de Abril de 1941, o político moçambicano iniciou os seus estudos universitários em Medicina, na Universidade de Lisboa e, pouco tempo depois, mudou-se para França, onde continuou a estudar na Universidade de Poitiers até 1963.
Politicamente, contribuiu activamente para a fundação da FRELIMO em 1962 e, no ano seguinte, interrompeu os estudos para se tornar membro do Comité Central da FRELIMO e chefiar o Departamento de Informação e Propaganda do movimento.
Só em 1967 voltou a estudar, desta vez na Universidade de Lousanne na Suíça, país onde trabalhou como médico assistente no Hospital de St. Loup e se tornou especialista em Internato Geral.
Mocumbi recebeu também o Diploma de Planificação Sanitária em 1975, em Dakar, no Senegal. De volta ao país, desempenhou funções de médico e de director em várias instituições de saúde. Foi também Coordenador da Base Nacional da Beira durante a Campanha Nacional de Vacinações, que qualificou Moçambique para a erradicação da varíola, e colaborou na elaboração do relatório sobre a Saúde no Mundo (OMS, 78-79).
A sua participação política mais activa teve início em 1980, quando se tornou Ministro da Saúde, passando depois, em 1987, a ocupar o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros até 1994, altura em que passou a Primeiro-Ministro, tendo sido reeleito em 1999.
Após cerca de dez anos a chefiar o governo, foi exonerado do cargo pelo presidente Joaquim Chissano a 17 de fevereiro de 2004. Desta forma, pode ocupar o cargo, a convite da Organização Mundial de Saúde, de Alto Comissário da Parceria sobre Ensaios Clínicos entre países europeus e países em vias de desenvolvimento, com sede na Holanda.
Era membro de várias associações, como a Associação Médica de Moçambique, a Associação Moçambicana de Defesa da Família, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, a Associação Moçambicana de Saúde Pública e a associação nova-iorquina International Women Health Coalition.
Foi condecorado com a Ordem Grande Cruzeiro do Sul (Brasil, 1992) e com o Grau Cruz – Ordem de Bernardo O’Higgins (Chile, 1993).