O enviado das Nações Unidas para Moçambique diz que a polícia tem de assumir a responsabilidade se for provada a sua conduta violenta face às manifestações. Mirko Manzoni pediu que se concluam as investigações.
"É claro que temos duas posições diferentes. De um lado, a oposição que está a dizer que é há violência da polícia. A polícia diz que estava a responder a um perigo. Acho que o Presidente falou de uma maneira muito clara. Ele disse: Vamos investigar. Agora temos de ver qual é o resultado da investigação", disse Manzoni.
"Acho que o Presidente moçambicano [Filipe Nyusi] não tem nenhum interesse em negar a verdade. E se a verdade é que a polícia cometeu um erro, a polícia tem de assumir a responsabilidade. Mas antes de falar deve-se sempre permitir às instituições que façam o trabalho que tem de ser feito", apelou.
Em causa está a repressão de marchas pacíficas de homenagem ao ‘rapper' Azagaia, que provocaram feridos e prejuízos entre jovens desarmados e transeuntes.
Na sequência, o Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique) pediu na semana passada explicações sobre a repressão policial em Moçambique, considerando igualmente graves as justificações dadas pela corporação.
"Dada a gravidade da resposta policial à manifestação, das ameaças registadas e das declarações do vice-comandante-geral, o MISA Moçambique solicitou ao Ministério do Interior um pedido de esclarecimento adicional sobre as causas das barbaridades cometidas no sábado por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM)", lê-se em comunicado.
Filipe Nyusi anunciou na semana passada averiguações a essa ação policial e à identidade de quem queria atingir "os seus intentos" com a homenagem ao 'rapper' Azagaia, lamentando os distúrbios ocorridos.
DW – 30.03.2023