RUPTURA DOS ACORDOS COLONIAIS COM A FRANÇA. CONVIDO VOCÊ A ENTENDER O ARQUIVO MALIANO CONTRA A FRANÇA IMPERIALISTA
Após a independência, 14 países de língua francesa assinaram 11 acordos com a França, que são os seguintes:
ACORDO Nº 1: A DÍVIDA COLONIAL PARA PAGAMENTO DOS BENEFÍCIOS DA COLONIZAÇÃO.
Ou seja, os novos estados independentes devem reembolsar o custo das infraestruturas construídas pela França durante a colonização. Ainda estamos buscando o detalhamento dos custos, a avaliação dos benefícios e as condições de pagamento impostas pela França aos países africanos.
ACORDO Nº 2: CONFISCAÇÃO AUTOMÁTICA DAS RESERVAS FINANCEIRAS NACIONAIS.
Ou seja, os países africanos devem depositar suas reservas financeiras no Banque de France. Assim, a França "guardou" as reservas financeiras de quatorze países africanos desde 1961: Benin, Burkina Faso, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal, Togo, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo-Brazzaville, Guiné Equatorial e Gabão. Assim, a governança das políticas monetárias permanece assíncrona e incompleta pelo fato de ser pilotada diretamente pelo governo francês, sem qualquer vínculo com as autoridades financeiras de países como CEDEAO ou CEMAC. Assim, pelas condições que vinculam os bancos dos 14 países das zonas económicas e financeiras CFA, são obrigados a manter 65% das suas reservas cambiais numa conta de operações do Tesouro francês, bem como 20 % para cobrir “riscos financeiros”. Além disso, os bancos das zonas CFA impõem a cada país membro um limite de crédito equivalente a 20% das receitas do Estado no exercício orçamental em curso, embora o BEAC ou o BCEAO tenham maiores possibilidades de levantamento junto do Tesouro francês. Essas retiradas devem primeiro ser aprovadas pelo Tesouro francês. A decisão final cabe, portanto, ao Tesouro francês, que investiu ele próprio as reservas dos países africanos na bolsa de valores de Paris. Ou seja, 85% das reservas financeiras africanas estão depositadas numa conta corrente controlada pela administração francesa. Os dois bancos da zona CFA são africanos de nome, mas não decidem sozinhos nenhuma política monetária. O pior é que os próprios países nem sequer sabem qual é a sua parte das reservas financeiras.
ACORDO Nº 3: DIREITO DE PRIMEIRA RECUSA SOBRE QUALQUER RECURSO BRUTO OU NATURAL DESCOBERTO NO PAÍS.
Ou seja, a França tem o primeiro direito de comprar os recursos naturais da terra de suas ex-colônias. Foi só depois que a Françadisse, “não estou interessado”, que os países africanos podem procurar outros parceiros.
ACORDO Nº 4: PRIORIDADE AOS INTERESSES E EMPRESAS FRANCESAS NOS CONTRATOS PÚBLICOS E CONCURSOS PÚBLICOS.
Na adjudicação de contratos públicos, as empresas francesas têm prioridade sobre os concursos públicos. Embora os países africanos possam obter uma melhor relação custo-benefício em outros lugares. Consequentemente, na maioria das ex-colônias francesas, todas as alavancas econômicas dos países estão nas mãos de expatriados franceses. Na Costa do Marfim, por exemplo, as empresas francesas são proprietárias e controlam todos os principais serviços públicos, incluindo água, eletricidade, telefone, transporte aéreo, portos e grandes bancos. É o mesmo no comércio, construção e agricultura.
ACORDO Nº 5: DIREITO EXCLUSIVO DE FORNECER EQUIPAMENTO MILITAR E TREINAR OFICIAIS MILITARES COLONIAIS.
Graças a um sofisticado sistema de bolsas, subsídios e aos “acordos de defesa” vinculados ao pacto colonial, os africanos devem enviar seus oficiais superiores para treinamento na França e são obrigados a se abastecer de equipamento militar com a França.
ACORDO Nº 6: O DIREITO DA FRANÇA DE DESENVOLVER TROPAS E DE INTERVENIR MILITARMENTE NO PAÍS PARA DEFENDER SEUS INTERESSES.
Sob os chamados "acordos de defesa" anexados ao pacto colonial, a França tem o direito de intervir militarmente nos países africanos, e também de estacionar tropas permanentemente em bases e instalações militares, totalmente administradas em francês.
ACORDO Nº 7: A OBRIGAÇÃO DE FAZER DO FRANCÊS A LÍNGUA OFICIAL DO PAÍS E A LÍNGUA DO ENSINO.
Foi até criada uma organização para a língua francesa e para a divulgação da cultura francesa. Chama-se “Francofonia” e tem várias organizações satélites. Essas organizações são afiliadas e controladas pelo Ministro das Relações Exteriores da França.
ACORDO Nº 8: A OBRIGAÇÃO DE UTILIZAR O FRANCO CFA (FRANCO DAS COLÔNIAS FRANCESAS NA ÁFRICA).
Embora esse sistema não seja compartilhado pela União Européia, as colônias francesas são obrigadas a usar exclusivamente o FCFA.
ACORDO Nº 9: A OBRIGAÇÃO DE ENVIAR À FRANÇA UM BALANÇO ANUAL E UM RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DAS RESERVAS. SEM RELATÓRIO, SEM DINHEIRO.
Ou seja, o director dos bancos centrais das ex-colónias apresenta o referido relatório nas reuniões anuais dos Ministros das Finanças das ex-colónias. Este relatório é então compilado pelo Banque de France e pelo Tesouro francês.
ACORDO Nº 10: RENUNCIAR A TODA ALIANÇA MILITAR COM OUTROS PAÍSES, A MENOS QUE AUTORIZADO PELA FRANÇA.
A maioria desses países só tem alianças militares com seus ex-colonizadores simplesmente porque a França os proibiu de qualquer outra aliança militar.
ACORDO Nº 11: A OBRIGAÇÃO DE ALIAR-SE À FRANÇA EM CASO DE GUERRA OU CRISE MUNDIAL.
Mais de um milhão de soldados africanos lutaram pela derrota do nazismo e do fascismo na Segunda Guerra Mundial. Agora que a França está militarmente ligada à União Europeia, à OTAN e aos Estados Unidos, a África estará de fato engajada ao lado da França no caso da 3ª Guerra Mundial.
Caros companheiros africanos, onze (11) acordos ainda estão em vigor entre a França e os 14 países da zona CFA, e nenhuma mídia francesa ou seus chamados especialistas em África jamais falarão sobre esses acordos sinistros que foram impostos aos países africanos em zona CFA. Caros compatriotas, é por isso que continuamos a denunciar esta colonização praticada desde 1960, por intermediários, ou seja, por líderes de sua escolha, que eles apoiam e protegem, impondo-lhes uma ditadura em face de seus próprios povos. O que nos interessa hoje entre esses onze acordos é o décimo (N⁰ 10) que diz que os 14 países da zona CFA através do acordo, não estão autorizados a ter uma aliança militar com outros países e também não estão autorizados a comprar equipamento militar em outro país europeu sem a autorização da França, é por isso que o Mali está bloqueado até hoje. Mas sendo a situação desbloqueada, o Mali pode agora cooperar livremente com todos os países do planeta sem pedir permissão à França.
CAROS COMPATRIOS, PERANTE TODAS ESSAS FRAUDES MORAIS, FÍSICAS E PSICOLÓGICAS, A NOVA GERAÇÃO AFRICANA DEVE FAZER A SUA PARTE RESTABELECENDO AS AQUISIÇÕES NACIONAIS DO NOSSO CONTINENTE PARA DEIXAR UM LEGADO DIGNO PARA AS GERAÇÕES FUTURAS.
GRAH KOSSI-KOSSI. Estratégia Geopolítica
#Mentes Livres & Tecnologias
Grupo de divulgação de história, ciências e afins.
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