A retoma do projecto de gás da TotalEnergies em Moçambique é considerada “prematura” nesta fase, devido a “desacordos sobre os custos relacionados com o reinício do projecto”, disse quinta-feira o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné.
Ainda esta semana o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tinha assegurado que estavam reunidas as condições para permitir à major francesa retomar o seu projecto de gás natural no País, suspenso desde 2021 na sequência de um ataque terrorista em Afungi.
“Penso que, ao dia de hoje, ainda é prematuro (assumir o regresso), porque a nossa equipa local ainda está a trabalhar com o Governo moçambicano e parceiros com vista a poder reiniciar o projecto, mas isso só acontecerá se os custos estejam sob controlo, isso é fundamental para nós”, assinalou Pouyanné, questionado por analistas financeiros numa conferência telefónica, esta quinta feira, 27 de Abril.
“Disse recentemente que precisamos que os empreiteiros sejam razoáveis. Alguns deles não o são, pelo que vamos voltar a apresentar propostas, porque não podemos aceitar custos indevidos”, disse também o CEO da TotalEnergies, por ocasião da divulgação dos resultados financeiros da empresa para o primeiro trimestre de 2023. No entanto, considera que se estará já na “última fase” antes do recomeço.
Há vários meses que a TotalEnergies se mostra prudente quanto à possibilidade de retomar as suas actividades em Moçambique. O seu CEO visitou o país em Fevereiro e reuniu-se com o presidente moçambicano.
No mês passado, o subcontratante italiano do gigante francês, a Saipem, anunciou que estava a preparar-se para retomar os trabalhos, afirmando ter sido informado de que “a segurança tinha melhorado”.