EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (137)
Esta semana pode ser decisiva para a capacidade de Moçambique processar o Credit Suisse e a Privinvest em Londres, O juiz da causa deve avaliar os últimos desenvolvimentos- ou a sua falta-, que Maputo fez no fornecimento de importantes documentos processuais.
O julgamento deste processo, relativo ao vergonhoso calote de mais de dois biliões de dólares, deverá ter lugar em Outubro. Todavia, corre o risco de não acontecer por culpa do Presidente da República que teima em fornecer documentos sobre os pagamentos que lhe foram feitos- e também provas de instituições próximas da Presidência- no âmbito do calote.
A pergunta é: vai ou não o Presidente entregar os documentos que o tribunal de Londres solicita há já muito tempo? llá quem diga que esconder a verdade só atrapalha a própria vida. A mentira sempre aumenta o buraco onde caímos.
Ainda que este Governo fosse formado por pessoas completamente virtuosas, a nódoa que o Presidente deixa suja qualquer pano!
Quer dizer, parece que aos poucos vai ficando cristalino que somos governados por um império da mentira! Equem mente também rouba... Rouba o direito do outro de saber a verdade!
Seja como for, se o Presidente continuar a obstruir o fornecimento de provas, o julgamento pode desmoronare sertotalmente cancelado. Que interesse tem o Presidente no fracasso do julgamento de Londres? Nós, o povo moçambicano, fomos roubados e precisamos de saber quem foram esses gatunos. O Presidente, ao que se diz, está à procura de um terceiro mandato presidencial. Como lho vamos legitimar com esta desconfiança?
E diz-se que a Procuradoria-Geral da República tem tentado atender os pedidos do tribunal de Londres- pressionar o Presidente para cooperar-, mas sem sucesso. O Presidente não quer cooperar.
Bom: a inacção da PGR põe em risco a democracia; é preciso reagir, até pela própria sobrevivência.
DN – 28.04.2023