Por Edwin Hounnou
As empresas subordinadas ao Ministério dos Transportes e Comunicações, MTC, foram alvos de um diagnóstico profundo. As doenças de aparecem são múltiplas desde da falta de clareza nos objectivos à ausência de estratégia empresarial.
Na tarde da última quinta-feira, 05 de Abril corrente, Mateus Magala, o titular do Ministério dos Transportes e Comunicações, convidou um vasto leque de sensibilidades desde parceiros, empresários, jornalistas e fazedores de opinião pública para com eles partilhar a visão de como se podem ultrapassar os grandes problemas por que passam as empresas a si tuteladas. As dificuldades deste transversal sector exigem soluções urgentes. Os caminhos de saída já deviam ter sido encontrados ontem e não hoje.
Os problemas que apoquentam o sector dos transportes e comunicações não sao novos. São do domínio público. São sobejamente conhecidos. A novidade está na sua abordagem e na busca de soluções. Nunca antes isso havia acontecido. Convidar pessoas de vários quadrantes para reflectirem sobre como ultrapassar as dificuldades deixou a gente valorizada.
Na verdade, a busca de soluções dos problemas candentes da comunidade nunca deveria ser segredo de uns "eleitos", especialistas que, fechados em grandes gabinetes, vão cuspindo pela janela o que sabem, numa governação verticalicalizada. As chamadas massas têm a capacidade de pensar como os seus problemas podem ser ultrapassados, quando as portas sem abrem sem precedência.
Falamos com alguns dos presentes se haviam antes participado num debate da busca de soluções de um sector público e a resposta foi unânime de que era pela primeira vez. De todos os quadrantes colocaram-se das mais diversas perguntas e ouviram-se respostas, não só do ministro, mas de todos os dirigentes presentes no encontro que foram chamados a responder e a esclarecer as dúvidas.
Significa tudo isso que cada um de nós tem o seu ponto de vista que pode contribuir na busca de soluções dos nossos problemas. Ninguém se deve considerar caixa de pandora onde se encerra todas as soluções dos problemas. Foi assim que o ministro chamou as mais diversas vozes para discutir soluções. Todos podem pensar bem desde que tenham a oportunidade.
Magala ensinou que nós próprios podemos trazer, dentro de nós, o potencial de soluções dos problemas que enfrentamos no dia-a-dia. Aprendemos que a humildade permite aprender coisas novas e administrar coisa pública implica encontrar soluções para os problemas de ontem e de hoje.
Todos têm um pouco de si para ensinar e todos têm um pouco para aprender. Desejaríamos de participar em mais momentos iguais a esse para nos sentirmos parte da solução e não apenas vítimas dos problemas acumulados ao longo de décadas de uma governação sofrível.
Desde a independência, ouvimos falar de soluções que nunca chegam e, assim, vamos de mão em mão. Governar é encontrar soluções dos problemas como melhor transportar pessoas tanto por chapa-100, como de comboio, de avião ou de barco/navio.
Magala quer ser diferente do que o povo está habituado e deu provas bastantes quando da sua passagem pela EDM, de onde surgiram vozes contra por ter fechado as torneiras da roubalheira. Esta é a maior dificuldade dos administradores públicos - como cortar as benesses e as regalias das elites predadoras.
Magala disse que se a LAM fosse vendida nas actuais condições, seria a preço de banana. Para evitar isso, a LAM vai ser co-gerida por uma empresa internacional, por 12 a 18 meses, depois procurar-se-á um parceiro definitivo. A dívida de 300 milhões de dólares da LAM resulta, pensamos, da falta de pagamentos pelos serviços prestados.
A Tmcel resulta da fusão das TDM com a Mcel está moribunda, vai ser gerida pelo IGEPE até se encontrar uma saída. Pode haver boas perspectivas para os aeroportos de Nacala e o de Xai-Xai, construídos contra a corrente, continuam sendo um desafio.
Não há especialista algum capaz de salvar as empresas públicas enquanto a gente do Estado e da Frelimo não deixarem de olhar para elas como saco azul. A LAM tem que deixar de transportar gente do Partido e do Estado sem pagar nada.
Os problemas da LAM, Tmcel e de outras se devem ao saque a que estão sujeitas. As empresas públicas devem deixar de financiar actividades do partido governamental, como, geralmente, tem sido a prática. A linha de separação entre a coisa pública e o Partido Frelimo é nula.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 26.04.2023