RESUMO DA SITUAÇÃO
A combinação da estação chuvosa, do período de escassez e do Ramadão continua a pausar efetivamente o conflito, uma vez que quase não se registaram avistamentos de insurgentes na semana passada. Os únicos casos relatados de violência foram cometidos pelas forças de segurança do governo. Uma fonte em Ancuabe afirmou que a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia baseada em Salaue, perto de Metoro, no distrito de Ancuabe, espanca e sequestra regularmente civis, sujeita-os a trabalhos forçados e assedia mulheres casadas, muitas vezes sob a influência do álcool. Em uma reunião pública na semana passada, os moradores pediram a retirada da UIR, disse a fonte. Enquanto isso, na vila de Nangade, a 6 de Abril, a polícia raptou dois comerciantes sem justificação, e mais tarde, libertou-os. Incidentes como estes irão certamente prejudicar uma relação já tensa entre civis e forças de segurança.
A desconfiança nas autoridades moçambicanas no distrito de Mocímboa da Praia tornou-se tão crítica que os ruandeses assumiram muitas das responsabilidades essenciais do estado na área, incluindo a aplicação da lei e da ordem e a implementação de projetos de infraestrutura. Uma fonte local disse ao Cabo Ligado na semana passada que as pessoas sentem que estão a ser governadas pelo Ruanda.
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