A Comissão Nacional de Eleições (CNE) acaba de ordenar a suspensão preventiva do director distrital do STAE da Beira e de todos os supervisores. Eles são indiciados de terem criado um grupo de whatsApp para cometer ilícitos eleitorais, no âmbito do Recenseamento Eleitoral.
A decisão foi tomada pelo órgão durante a sessão plenária ordinária realizada esta quarta-feira em Maputo. Nelson Carlos de Rosário administrava um grupo do WatsApp por si criado, denominado “STAE Supervisor Beira”.
O grupo de WatsApp foi criado pelo director distrital do STAE da Beira, no dia 20 de Abril, mas só começou a adicionar os supervisores no dia 24 de Abril. A primeira medida de bloqueio aos eleitores da oposição foi tomada às 13.46 horas do dia 25 de Abril, quando o director distrital do STAE orientou aos supervisores para rejeitarem as reclamações dos fiscais da oposição. “Não assinem nem aceitem as reclamações dos fiscais, não podemos facilitar.” A orientação do director foi mesmo para dificultar, o máximo possível, o recenseamento dos que apelidam de “inimigo”. “A missão”, segundo Nelson Carlos do Rosário “é abater o inimigo”. O inimigo é o eleitor da oposição.
O MDM submeteu, esta semana, uma queixa-crime na Procuradoria distrital da Beira contra o director distrital do STAE e uma dezena de supervisores, e pediu a sua detenção e suspensão imediata do cargo. Na mesma sessão que decidiu pela suspensão do director, foi decidido que a partir de amanhã os vogais da CNE e os técnicos do STAE Central devem deslocar-se a todas as províncias, por 10 dias, para a supervisão do Recenseamento Eleitoral.