Do Facebook de Filipe Nyusi:
Compatriotas!
Hoje, dia 20 de Maio de 2023, o nosso ícone, Marcelino dos Santos, falecido a 11 de Fevereiro de 2020, completaria 94 anos de idade. Primeiro dentre os primeiros patriotas, Marcelino dos Santos foi o personagem central no processo da formação de uma consciência nacionalista, não só moçambicana, mas de uma negritude que então se sentia oprimida pela colonização global.
Desde os primórdios dos movimentos nacionalistas africanos e não só, o seu inconformismo esteve presente em quase todas as frentes de luta, com destaque para a frente diplomática, onde o seu nome granjeou respeito em várias capitais do mundo.
Kalungano!
Não será a tua morte que vai condicionar a nossa sincera homenagem à tua trajectória de nacionalista convicto, praticante e difusor da necessidade de liberdade dos povos. Não é a morte que vai nos usurpar o nosso direito de reconhecer o teu inestimável legado para a consciencialização dos moçambicanos sobre a necessidade da liberdade.
Dedicaste toda a tua juventude a criar bases sustentáveis que levaram à independência de Moçambique através da tua veia diplomática que carregou a tua mensagem ao mundo, com destaque para os teus notáveis discursos proferidos na então Organização para a Unidade Africana (OUA), na Conferência de Solidariedade Afro-Asiática assim como nas Nações Unidas.
Foi com a tua veia diplomática que em 1970 granjeaste o reconhecimento do Papa ao ser recebido no Vaticano e ter das mãos do Sumo Pontífice um exemplar da encíclica papal Populorum Progressio sobre os problemas do mundo subdesenvolvido. Era o sinal do reconhecimento da justeza da tua luta. Da nossa luta.
Hoje, seria o teu aniversário natalício, Kalungano!
Mas não vamos chorar porque queremos celebrar a tua vida. Hoje celebramos a vida de um nacionalista convicto; de um poeta de liberdade; de um diplomata de consensos e de um dirigente focado nos problemas do povo, mas acima de tudo celebramos a vida de um homem de crenças inabaláveis.
Não será a morte que vai nos limitar de dar a devida homenagem ao fio condutor que conecta todas as fases da história recente de Moçambique, cujo esplendor da sua passagem por ela faz brilhar a necessidade do patriotismo, sacrifício, foco e determinação para atingir objectivos supremos para o bem do povo.
Hoje te celebramos Kalungano porque abriste-nos este espaço para esta celebração através do teu sacrifício altruísta e desinteressado!
Hoje celebramos a tua vida e não a tua morte, Kalungano.