São dez os distritos, nas províncias de Sofala e Zambézia, que irão vão beneficiar de um projecto da Blue Forest, uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, para o replantio de 200 mil árvores de mangal para a protecção do ecossistema e redução das emissões de dióxido de carbono (CO2).
O projecto deverá abranger mais de 100 mil pessoas, que irão beneficiar de financiamento para o desenvolvimento de actividades de subsistência alternativas, como forma de aliviar a pressão sobre os mangais, bem como criar cinco mil empregos durante o processo da reposição dos mangais nas províncias referidas.
O plano está orçado em cerca de 15,7 milhões de dólares, valor que os proponentes se comprometem a mobilizar, em coordenação com o Governo moçambicano, através do Ministério da Terra e Ambiente (MTA).
A garantia foi dada na última quinta-feira, 25 de Maio, em Maputo, pelo director executivo da Blue Forest, Vahid Fotuhi, entidade vocacionada para a promoção de melhores práticas de gestão ambiental, uma iniciativa que pode estender-se até 20 anos.
“Neste momento estamos a angariar mais parceiros para a materialização do projecto. A nossa visão é trazer soluções sustentáveis para as comunidades, olhando para as mudanças climáticas e para a necessidade de protecção da biodiversidade”, disse Vahid Fotuhi, citado pela Agência de Informação de Moçambique.
A iniciativa pode desempenhar um papel fundamental na melhoria do desempenho agrícola e actividade pesqueira, com a adopção de boas práticas recomendadas internacionalmente.
A directora nacional de Mudanças Climáticas no MTA, Jadwiga Massinga, avançou que está em curso a selecção de 17 projectos que deverão apoiar as comunidades a encontrar meios alternativos de sobrevivência sem depender da exploração dos mangais e prática de agricultura itinerante, que são os maiores contribuintes para o desmatamento acelerado das florestas.
“É preciso travar a pressão que neste momento existe sobre as florestas e os mangais. É também necessário encontrar alternativas para reduzir a prática da agricultura itinerante. Por isso, estamos à procura de projectos capazes de alterar este cenário”, vincou a directora.