Juiz desembargador do Tribunal Supremo Dimas Maroa diz ser urgente o reforço da capacidade de inteligência para a luta contra o terrorismo porque este fenómeno não se combate apenas com o poderio militar, contrariando a aposta numa resolução do conflito por via das armas.
O juiz desembargador do Tribunal Supremo Dimas Maroa diz ser urgente o reforço da capacidade de inteligência para a luta contra o terrorismo no norte de Moçambique porque, no seu entender, este fenómeno não se combate apenas com o poderio militar, contrariando a aposta numa resolução do conflito por via das armas.
‘’Precisamos de ter uma unidade judicial central, no contexto da luta contra o terrorismo’, defendeu Dimas Maroa, durante uma formação de magistrados afectos à área criminal em Cabo Delgado, província que há cerca de cinco anos está a ser afectada por acções terroristas.
Maroa referiu que a temática do terrorismo não se resolve apenas com o poderio militar, "mas também com a nossa capacidade de inteligência" e sublinhou que as decisões judiciais têm este pendor de tentar trazer as melhores soluções para o problema.
O juiz desembargador anotou também que "nós precisamos da criação de uma unidade central para atacarmos esta questão por via da componente de inteligência, congregando todas as forças que devem estar nessa unidade, à semelhança do que tem acontecido na Europa e nos países do Sahel".
Para Dimas Maroa, "é muito importante que nós consigamos criar uma unidade central em que a informação flua de forma bastante célere e profícua".
O Procurador-Chefe na província de Cabo Delgado, Octavio Zilo, reforça a ideia do juiz Dimas Maroa porque sem coordenação o combate ao terrorismo torna-se muito mais complicado.
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Para o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a via militar é fundamental na luta contra o terrorismo, tendo por isso exortado a força local, constituída por antigos combatentes da luta armada de libertação de Moçambique a combater os insurgentes até às últimas consequências.
Entretanto, o analista político Manuel Alves diz ser importante a ideia de se reforçar a capacidade de inteligência para que os Serviços de Informação possam aprofundar o seu trabalho de investigação, sobretudo para garantir a segurança das pessoas, que têm sido as mais afectadas pelas acções dos jihadistas. Referiu que a vulnerabilidade das pessoas, "poe a nu a natureza dos Serviços de Informação do Estado".
VOA – 21.06.2023