Imran Issa, ao se meter no assunto das dívidas ocultas, teve uma dupla derrota. A irreparável foi, sem dúvida, o sequestro do pai que viria a perder a vida às mãos dos raptores. A segunda foi a sua suspensão, por 10 anos, do exercício da profissão de advogado. De que meios viverá o Imran?
Imran Issa começou o julgamento do processo 1/2019-C- dívidas ocultas-, como advogado dos réus António Carlos do Rosário, Ângela Leão, Zulficar Ahmad e Fabião Mabunda. Todavia, por ter sido administrador de uma das empresas que serviu de “veículo” operativo do Projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva, passou à posição de declarante e terminou suspenso pela Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), por quebra do sigilo profissional.
Não conformado com a decisão da OAM, recorreu ao Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo. E é este tribunal que acaba de confirmar a sua suspensão por 10 anos.
Portanto, Imran fez figura de parvo ao dizer o que disse no julgamento da BO, sobre o réu e então seu amigo António Carlos do Rosário- há quem sugere que fora este o mandante do sequestro do pai. Embarcou numa aventura perigosa e agora só resta chorar lágrimas de crocodilo.
É só olhar para os depoimentos dos réus, nomeadamente Gregório Leão e António Carlos do Rosário. Se o actual Presidente da República está realmente metido no calote, eles sabem até ao mínimo detalhe. Mas evitaram explicar tudo de forma pormenorizada.
Do dinheiro do calote, António Carlos do Rosário comprou carros de alta cilindrada e casas luxuosas na África do Sul, para os filhos do Presidente. Ele sabe quanto e como e quem recebeu o dinheiro que cabia ao partido Frelimo no calote. Ouviram-no a dizer qualquer coisa referida a isto durante o julgamento? Talvez os 12 anos de prisão até tenham sido um prémio por ter sabido se manter calado, quando devia botar a boca no trombone e no dia seguinte morrer de causas “naturais”.
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