Caça a terroristas nas aldeias do litoral de Macomia
Famílias deslocadas que tinham regressado às aldeias dos postos administrativos de Quiterajo e Mucojo, no distrito de Macomia, centro de Cabo Delgado, foram esta segunda-feira (19), aconselhadas a abandonar as suas aldeias para outros locais previamente identificados com vista a dar espaço para operações de “verificação” e destruição de possíveis bases terroristas, tendo em conta os recorrentes relatos de intensa circulação de jihadistas naquelas zonas.
Fontes locais, a partir da vila de Macomia, que receberam algumas famílias que antes estavam acolhidas nas suas casas, disseram que a ordem de evacuação foi dada pelas autoridades locais, em parceria com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique, as Forças de Defesa do Ruanda (RDF na sigla em inglês) e ainda as forças integradas na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral Caça a terroristas nas aldeias do litoral de Macomia Ordem de evacuação para trabalho das FDS em Moçambique (SAMIM).
No concreto, de acordo com os relatos, as famílias deverão se afastar das aldeias de Ntoni (Pequeué), Ingoane e Milamba, para as comunidades de Mitacata, em Quiterajo-sede, e Pangane, no posto administrativo de Mucojo. Igualmente, poderão regressar à vila de Macomia. “Sim, eles querem perseguir lá mesmo no mato. As pessoas estão a sair para Quiterajo e Pangane, dizem que os ruandeses e África do Sul entraram por Chai até lá na praia” explicou.
Um outro residente também confirmou que “a população de Milamba, Ntoni, Ingoane, foi dito para sair dessas áreas para dar espaço às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, Ruanda e África do Sul” – disse, sem avançar o dia da operação.
Por outro lado, um professor reformado confirmou que “recebemos famílias vindas de Ntoni, eles, os militares do Ruanda passaram por Chai, até Ilala e até Ingoane, e deram essa informação.
As outras [forças] foram a Pangane”. Nos últimos dias, os terroristas, que se acredita terem estabelecido novas bases em zonas próximas das aldeias Cogolo e Ilala, com frequência “visitam” as comunidades de Pequeué e Pangane, mantendo contactos com a população regressada e até comprando produtos alimentares.
MEDIA FAX – 21.06.2023