A tensão perto da fronteira do Zimbabwe entre o partido Frelimo e a principal oposição naquele país está a ameaçar romper a paz no leste do território zimbabueano. O principal partido de oposição no Zimbabwe, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC na sigla em inglês), liderada por Nelson Chamisa, afirmou que o partido Frelimo, no poder em Moçambique, destacou um grupo de choque em algumas partes da província de Manicaland, onde supostamente está a ameaçar empresas e apoiantes da oposição.
O candidato parlamentar da CCC pelo círculo eleitoral de Chipinge Sul, Clifford Hlatshwayo, acusou um membro da Frelimo, identificado apenas como Magarabota, de liderar um bando que está a aterrorizar alguns empresários e membros do seu partido por apoiarem a oposição.
Um vídeo que se tornou viral nas redes sociais mostra Magarabota a ameaçar que Moçambique cortaria o abastecimento de combustível ao Zimbabwe se os habitantes de Chipinge votassem na oposição. A Frelimo disse que os empresários devem apoiar fortemente a Zanu-PF, e se não o fizerem, morrerão. Hlatshwayo disse aos seus apoiantes no centro empresarial de Chingove, a cerca de 20 quilómetros da fronteira entre o Zimbabwe e Moçambique, que Magarabota ameaça a paz que actualmente prevalece na região oriental.
Outro membro da oposição, Reuben Bvunzawabaya, que mora perto do Hauna Business Center, no distrito de Mutasa, disse ao Daily Maverick que a "gangue terrorista" de Magarabota estava a ameaçar com violência.
“Temos sido ameaçados aqui por pessoas lideradas por um grupo terrorista moçambicano liderado por Magarabota da Frelimo. Eles estão a lembrar-nos a violência de 2008 e agora temos medo de que, se eles executarem o que estão a dizer, podemos perder nossos entes-queridos”, disse Bvunzawabaya.