Foi através de um comunicado emitido no dia 02 de julho do presente ano, pela equipa de Assessoria Política de Henriques Afonso Dhlakama, filho do histórico líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, falecido há cinco anos, vítima de doença.
Segundo consta no comunicado, no seguimento de centenas de apelos diários para que assuma a presidência da RENAMO e perguntas directamente relacionadas, viu-se no dever de esclarecer novamente a postura política de Henriques Afonso Dhlakama, onde defende que à “RENAMO é actualmente um partido político que exige transparência, mas não a prática”.
Para Henriques Afonso Dhlakama, a RENAMO “aceitou passar a ser financiado pelo governo e usufruir de todas as regalias associadas, algo inconcebível pois perdeu toda a independência enquanto partido da oposição. Cedeu à cobiça e à luxúria e balofamente exibe-o na cara dos membros, ou seja, vendeu-se”.
“Não declara publicamente as suas contas, a que estaria obrigado, no quadro da lei, inadmissível. Não consulta as suas bases, segundo os seus quadros, quando confrontado com decisões que afectam não só os seus membros como dizem respeito a todos os moçambicanos (e que supostamente deveria representar), o que demonstra que virá a ser a sua postura se alguma vez chegasse a uma posição de poder”, entende Henriques Afonso Dhlakama.
Prosseguindo, afirma que “assume posições contraditórias, quando aparentemente convém a um restrito número do topo assegurar os benefícios colhidos até à data: veja-se a declaração de protesto pelas irregularidades no recenseamento e imediata mudança de posição, aceitando concorrer”.
Para Henriques Afonso Dhlakama, a RENAMO “aceita todas as negociações e resultados, em questões que estrategicamente passa a estar vulnerável face ao governo – que se aproveita dessa fraqueza e vulnerabilidade. É exemplo disso a falacia do processo DDR, apenas simbólico e com efeitos benéficos somente para as ambições pessoais e de publicidade da chefia da RENAMO e alguns dos seus membros individuais, e natural benefício do governo – que se assumiu como verdadeiro e (na prática) único promotor da paz. Todos desejamos a paz, mas prescindimos de espectáculos circenses que desonram a memória e cospem no sacrifício, luta e crenças de milhares que já não se encontram entre nós”.
De acordo com Henriques Afonso Dhlakama, a RENAMO não se renovou e não é inclusiva, o que torna o partido um espelho do que condena, ou seja, o partido no governo. Diante dos aspectos acima elencados, Henriques Afonso Dhlakama afirma que “diverge completamente da postura pública assumida pela actual chefia da RENAMO – que considera desonesta e completamente contrária aos seus princípios e aos princípios da RENAMO aquando da liderança de Afonso Dhlakama”.
Por fim, Henriques Afonso Dhlakama avança que “qualquer membro da família Dhlakama ou com esse apelido ou intimamente associado à família ou ao falecido líder da RENAMO, Afonso Dhlakama e que ambicione tornar-se líder partidário, deveria assumir papel de independente ou constituir um partido político e caso a ambição seja concorrer à Presidência da República, o mesmo se deveria aplicar”.