O Governo do Canadá anunciou hoje que disponibilizou mais de 4,5 milhões de dólares (cerca de três milhões de euros) para o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da Renamo, principal força de oposição em Moçambique.
“Como doador e representante dos Doadores no Fundo Comum do Processo de Paz, o Canadá contribuiu com mais de 4,5 milhões de dólares canadianos para apoiar as atividades de desarmamento, desmobilização, reintegração e esforços de reconciliação” em Moçambique, referem os ministros dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, e de Desenvolvimento Internacional, Harjit S. Sajjan, do Canadá, numa declaração conjunta enviada à comunicação social.
Os governantes felicitaram Moçambique pela conclusão do desarmamento e desmobilização do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, que ocorreu no dia 15 em Vunduzi, distrito de Gorongosa, na província central de Sofala, mais de 30 anos depois do fim da guerra civil moçambicana.
Para o Canadá, a conclusão do processo representa “um compromisso claro” do Governo moçambicano e da Renamo na proteção e promoção de uma “paz sustentável para as futuras gerações” no país.
O Canadá parabenizou igualmente às Nações Unidas pela sua “dedicação” no processo, garantindo que as partes envolvidas cumprissem com os acordos.
“Orgulhamo-nos de ter apoiado o acordo de paz desde o seu início e aplaudimos o Secretariado do Processo de Paz das Nações Unidas pela sua dedicação”, frisaram os governantes.
O Governo canadense manifestou ainda interesse em continuar a apoiar Moçambique nos seus “esforços contínuos para construir comunidades prósperas, inclusivas e pacíficas”.
No âmbito do DDR, 5.221 guerrilheiros da Renamo voltaram para casa. Segue-se a fase de reintegração, que inclui o início do pagamento de pensões aos desmobilizados.
O encerramento da última base da Renamo faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo e a Renamo em agosto de 2019, o terceiro assinado entre as partes, tendo sido os dois primeiros violados e resultado em confrontação armada, na sequência da contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.
LUSA – 03.07.2023