Segundo a fonte, foi difícil reconhecer os três corpos mas presume-se que sejam de terroristas.
Um grupo de três homens e igual número de mulheres da comunidade de Litamanda, distrito de Macomia, em Cabo Delgado, encontrou na manhã de sexta-feira três corpos sem vida e em estado avançado de decomposição, disseram este sábado a Lusa fontes locais.
“Fomos procurar lenha, percorremos uma distância de cerca sete quilómetros para o interior, quando o nosso cão começou a ladrar e seguiu farejando na direção onde estavam os corpos”, disse à Lusa uma das mulheres que integrava o grupo.
Segundo a fonte, foi difícil reconhecer os três corpos por conta do estado avançado de decomposição, mas presume-se que sejam de terroristas, abatidos pelos militares, que fazem constantemente patrulha na zona.
“Não reconhecemos ninguém, os corpos estão bem podres, mas acho que eram terroristas” disse a fonte.
Uma outra fonte daquele distrito disse a Lusa que, na semana passada, na mesma região, um grupo de caçadores encontrou dois corpos sem vida.
A Força Local, grupo de antigos combatentes que apoiam o Governo no combate contra os rebeldes, diz estar a intensificar patrulha na zona de Mananguene, local onde foram encontrados os corpos, para repor a segurança para que os residentes de Litamanda, Chai e Miangalewa.
A comunidade de Litamanda pertence ao posto administrativo de Chai, distrito de Macomia, e está no limite entre os distritos de Macomia e Muidumbe, fazendo fronteira com a localidade de Miangalewa, ao lado de Muidumbe, através do rio messalo, ao longo da estrada nacional número 380, que liga aos distritos a mais ao norte.
A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Daesh.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul de região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
LUSA – 22.07.2023