A justica americana acusa o antigo ministro das Finanças de ter conspirado com banqueiros do Credit Suisse, em Londres, para defraudar investidores dos Estados Unidos.
O antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, extraditado ontem da África do Sul para os Estados Unidos, será entregue pela US Marshall às 15 horas e 30 minutos desta quinta-feira, 13, ao tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, de acordo com o calendário do juiz distrital Nicholas Garaufis.
Ele chegou ontem pouco depois das 20 horas, após uma escala em Casablanca, Marrocos.
A justiça americana, que pediu a prisão e extradição de Chang em 2018, acusa-o de ter conspirado com banqueiros do Credit Suisse, em Londres, para garantir um empréstimo avalizado pelo Estado que se destinava a um projecto de protecção da costa moçambicana e desenvolvimento da pesca do atum.
Investidores americanos que compraram títulos para o projecto viram-se defraudados quando o mesmo não saiu do papel, apesar de Moçambique ter mobilizado dois mil milhões de dólares.
Ele foi detido a 29 de Dezembro de 2018 e, depois de uma longa batalha judicial, o Tribunal Constitucional da África do Sul rejeitou em Maio um derradeiro recurso de Moçambique que pretendia levá-lo para Maputo.
Defesa de Manuel Chang pede anulação da acusação nos EUA por excesso de tempo na prisão
O advogado de Chang nos Estados Unidos, Adam Ford, disse recentemente num tribunal em Nova Iorque que o seu cliente tentará arquivar o caso porque os Estados Unidos demoraram muito para levá-lo a julgamento.
Em nota enviada à Voz da América, Ford argumentou que os procuradores dos EUA “perderam o interesse” em Chang depois que Jean Boustani, um vendedor da Privinvest acusado de pagar 200 milhões de dólares em subornos a funcionários e banqueiros moçambicanos, foi absolvido um julgamento em Brooklyn em 2019.
Entretanto hoje, depois da formalização da acusação pelos procuradores, o juiz Nicholas Garaufis deve marcar a data da primeira audiência que deve acontecer em Outubro.
VOA – 13.07.2023