Por Edwin Hounnou
Uma oposição política que não se bate para alcançar o poder e transformar para ser governo não é digno desse nome. É, apenas, oposição de barriga vazia, desprovida de ideias de como chegar ao poder. É oposição que se faz de gatinho manso miando debaixo da mesa do poder pejada de todo tipo de manjar e de bebidas raras.
Uma oposição que não luta para chegar ao poder, não é coisa boa. É oposição de faz-de-conta, é tigre de papel. Não morde. Não faz mal a ninguém, serve para assustar as crianças e aos não precavidos. Só serve para preencher o quadro democrático para contentar os financiadores ocidentais a fim de elaborarem seus relatórios sobre a implementação da democracia e abrirem-se as torneiras que jorram leite e mel e rasgados elogios.
A nossa oposição não é exigente, basta lançar-lhe um osso para se atrapalhar e esquecer-se da luta pela liberdade, paz e desenvolvimento.
A oposição que não equaciona como se pode chegar ao poder, não vale para nada. É oposição moleza, branda que não atrapalha o poder. É oposição mansa. A oposição que, há mais de 30 anos, vem tacteando o terreno e não ousa encontrar o caminho, está a enganar as pessoas. Não tem jeito para ser poder.
Uma oposição que diz que não lutou pelo poder, mas, sim, pela democracia, está a aldrabar os que correm atrás de si, enquanto ela persegue outros objectivos pouco claros. Não há democracia sem que tenha o poder. Lutar pela democracia pressupõe que deseja ser poder para pôr em prática as suas ideias pela democracia. Quem disser que luta pela democracia, mas, não para chegar ao poder e nada faz para ser governo, está a intrujar o povo.
Uma oposição que não estuda para ver a razão das constantes derrotas que averba de eleição em eleição, não merece que continue a jogar. É cúmplice e compara-se a um atleta que se atira ao chão no momento exacto de marcar o golo como forma de facilitar a vitória do seu adversário. Há exemplos de oposição que bem se bate para alcançar o poder.
Em Angola a UNITA chamou partidos opositores para uma frente comum e vimos que o MPLA esteve à Beira da derrota, mesmo com assistência fraternal dos nossos fraudulentos. Na Zâmbia no Malawi e Quenia, as mudanças aconteceram depois que as forças opositoras perceberam que a união é mais poderosa que os partidos se apresentarem isolados. O segredo da unidade faz surgir milagres. Entre nós, ainda se continua a pensar que a união é algo de fracos, coisa de preguiçosos, de oportunistas que só procuram de pendura na boleia.
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