…
7 — Potencialidades energéticas
Data do I Plano de Fomento Nacional (1953) o aproveitamento da energia do rio Revuè, obtido através da construção da barragem do mesmo nome e da barragem Salazar (na Chicamba Real). Esta foi recentemente alteada, tendo, também, beneficiado da implantação de uma central de pé-de-barragem, com a qual foi substancialmente aumentada a sua capacidade produtiva, que permitirá elevar a exportação de energia para a Rodésia. Esta barragem assegura o abastecimento de toda a região sob a influência do Caminho de Ferro da Beira.
O aproveitamento energético do rio Revuè foi o primeiro empreendimento de grande envergadura, neste sector, realizado na Província e comporta ainda a irrigação de vasta área onde se estabeleceram conjuntos de exploração agro-pecuária, com base, especialmente, na plantação de milho, quenafe (fibra utilizada na fabricação de sacaria), citrinos e trigo, além de outros produtos.
A produção hidroeléctrica do Revuè, embora já de considerar, é pequena em comparação com a que resultará do aproveitamento do rio Zambeze (que também inclui a irrigação de milhares de hectares).
O rio Zambeze entra na Província no Zumbo a uma altitude de 300 metros e no percurso de perto de 450 km, até Tete, desce para os 30 metros.
Na garganta de Cabora-Bassa, nome que, por vezes, também foi indicado como Queruabassa, Carcabassa ou Cahora-bassa (a meio caminho entre Tete e o Zumbo) e, depois, na Lupata, o rio tem desníveis acentuados. A construção da barragem de Cabora-Bassa, no lugar do mesmo nome, foi iniciada em 1970. Nos outros locais já referidos e ainda em Mepando e Boroma, está prevista a construção de outras barragens e centrais hidroeléctricas.
Admite-se que, na totalidade, a potência hidroeléctrica do vale do Zambeze atinja os 50 000 milhões de quilovátios/hora por ano e venha a proporcionar a energia mais barata de África. Ela será consumida na Província e nos territórios vizinhos. No que respeita a Cabora-Bassa, trata-se de um aproveitamento que será, pela sua capacidade produtiva, o 4.° do mundo e o primeiro de África.
Há estudos ou projectos elaborados para aproveitamento dos rios Maputo, Lúrio, Movene e outros, estando, nesta altura, em fase de adjudicação a construção da barragem de Massingir no rio dos Elefantes.
In Sintese Monográfica de Moçambique(Pág.26)
NOTA: Por aqui se vê que Mepando(Mpanda-Nkua) já estava pensada nessa altura. Nada de novo em Moçambique.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE