ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Entre 18[85] / [6] nós temos a famosa Conferência de Berlim. A conferência de Berlim, reparem a Alemanha recém reunificada, o Bismark inicia um processo diplomático de negociação com as potências. Na verdade, havia um medo muito grande de que, a 'penetração' nos países europeus na África na 'volúpia' que eles tinham na busca pelos metais preciosos da África, pelo 'controle' das grandes rotas comercias tudo isso poderia 'gerar' uma grande guerra mundial.
Por isso, na tentativa de minimizar esse[s] ‘atrito[s]’ é feito uma Conferência onde os Representantes dos países imperialistas vão se sentar a mesa para 'definir' a partilha da África. De facto, é um caso típico, é um caso simbólico é o 'ícone' do processo
imperialista em África. Imagine você as 'caricaturas' do evento, mostram os Representantes dos países imperialistas com os seus esquadros, com compassos, com réguas como se medindo a África que fazendo essa divisão num pedaço de papel.
É isso que explica, por exemplo essas fronteiras artificiais africanas, você repare que as fronteiras africanas são rectificas, elas são muito bem definidas, mas… se você olhar não são 'acidentes geográficos' que define aquilo; aquilo foi fruto duma partilha feita pelas grandes potências imperialistas na Conferência de Berlim.
E, uma consequência complicada disso é, exactamente o pós-independência[s], do processo de descolonização africana: os atritos, os conflitos étnicos que essa divisão gerou. Quando os países imperialistas fizeram essas divisões não levaram em
consideração as diferentes etnias que viviam nesses territórios. Havia um equilíbrio, um equilíbrio frágil entre as etnias, também havia uma concepção de guerra entre elas.
Havia perfeitamente! Mas, havia um equilíbrio, havia um processo de desenvolvimento próprio desses grupos. Por exemplo, muitos historiadores vêem [n]a 'penetração' imperialista na África como uma ruptura dum processo próprio de desenvolvimento do Continente africano. Não é um processo de desenvolvimento tecnológico, mas isso gerou uma ruptura dum processo próprio dos povos do continente. E quando saíram os imperialistas, depois dum processo de descolonização, posteriormente a segunda guerra mundial deixaram um 'lastro’ de devastação, de destruição, desorganização das culturas locais e… também de problemas políticos, étnicos devido a essas fronteiras artificias.
Efeitos esses que são a principal consequência desse processo que nós chamamos de imperialismos.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, aos [10] de Agosto, 20[23]