O ministro sul-africano da Eletricidade, Kgosientsho Ramokgopa, afirmou que a natureza complicada das transacções, a falta de urgência da empresa sul-africana de electricidade (Eskom) e a dívida pendente da África do Sul contribuíram para o atraso na importação de mais 100 megawatts de energia de Moçambique, um negócio que foi acordado em Junho.
Segundo noticiou esta quinta-feira, 21 de Setembro, a Agência de Informação de Moçambique, as cinco turbinas gigantes da barragem de Cahora Bassa, na província de Tete, podem, em teoria, gerar 2075 megawatts. A maior parte desta energia já é vendida à Eskom.
A longo prazo, será construída uma nova barragem hidroeléctrica em Mphanda Nkuwa, no rio Zambeze, a cerca de 60 quilómetros a jusante de Cahora Bassa. A partir de 2030, produzirá 1500 megawatts.
No início deste mês, o Governo moçambicano manifestou frustração por não ter havido qualquer progresso por parte da Eskom na finalização da aquisição da electricidade prometida para ajudar a aliviar os cortes de energia contínuos, conhecidos como “load shedding”.
Segundo Kgosientsho Ramokgopa, “a adição de 100 megawatts de electricidade aumentará os recursos eléctricos da África do Sul em 0,2% e equivale a cerca de 10% de uma fase de corte de carga. No entanto, era importante para a Eskom aceder a todos os megawatts que pudesse”.
De acordo com o governante sul-africano, as questões relacionadas com a dívida herdada entre a Eskom e a sua congénere moçambicana, a Electricidade de Moçambique (EDM), tem que ver com a complexidade do contrato, que teve de ter em conta o preço dos produtos de base e o risco cambial. “Vamos fazer tudo o que for possível para ir atrás de cada megawatt, porque a agregação vai ajudar-nos a acabar com o corte de carga”, apontou.