É mais um caso que nos próximos dias poderá vir a ter contornos criminais complexos. Tudo porque constatou-se que a crise que supostamente abalava à companhia de bandeira, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), afinal foi causada por figuras devidamente posicionadas na Instituição, que chegaram a criar durante este período cerca de 54 contas bancárias para supostamente pagarem serviços dos sectores comerciais, financeiros, administrativos, atendimento ao cliente, entre outros.
Segundo revelou Theunis Crous, Director-executivo da Fly Modern Ark (FMA), “em janeiro do presente ano, por exemplo, o Conselho de Administração da LAM, decidiu aprovar um aumento salarial para os próprios administradores de 100 mil meticais por mês, curiosamente, numa altura em que governo procurava saídas da crise que a empresa enfrentava”. Entretanto, a FMA parou com a prática assim que começou a gerir a empresa.
Crous avançou que está em marcha um relatório exaustivo sobre a “gestão danosa” que se fez sentir nos últimos anos na LAM. “Quando chegamos estava um Boeing há sete meses em Joanesburgo numa reparação que devia ser feita em 30 dias (…) Na África do Sul, as companhias na mesma situação [financeira, da LAM] foram encerradas e temos aqui uma oportunidade”, explicou o gestor da FMA.
De referir que a FMA entrou em cena em abril do presente ano, face à situação financeira da companhia e ontem os administradores admitiram durante um encontro com à Imprensa que encontrou dívidas inicialmente estimadas em mais de mil milhões de meticais, ou seja, (24,9 milhões de euros) e que posteriormente constatou-se que a dívida global estava avaliada em 300 milhões de USD.