Por Edwin Hounnou
Roque Silva, secretário-geral do Partido Frelimo, sempre brinda aos que o ouvem com alguma asneira. Agora anda a prometer transformar os municípios que o seu partido for a ganhar em paraísos. Nisso não pode acreditar nem o mais ingênuo cidadão por ser uma mentira. No partido Frelimo, acreditamos que há gente de bom-senso, com mente equilibrada e não entendemos o motivo de não chamar à razão o seu secretário-geral para não continuar a proferir baboseiras. Uma campanha eleitoral não é tempo de dizer qualquer coisa que vem à gana de políticos mal treinados e pouco lúcidos.
O povo sabe quem anda a mentir e quem anda a enganá-lo e espera por eleições livres, justas e transparentes para cobrar aos dívidas aos maus governantes. Uma eleição livre, justa e transparente funciona como tribunal - castiga os maus governantes e conduz ao poder os que se mostrarem ser bons. Uma eleição livre, justa e transparente não é nenhuma festa. É momento de luta e garra. De vigilância para impedir eleitores fantasmas que vêm em socorro da malta de Roque Silva.
Roque Silva anda a prometer mundos e fundos para ludibriar às pessoas menos atentas. Depois de dizer tanta asneira na Beira, prossegue espalhando o seu mau hálito por onde passa, na esperança de apanhar alguém distraído. Ele não sabe que os tempos de hoje são diferentes dos de ontem em que as pessoas, facilmente, se deixavam levar por uma capulana, um t-shirt, um copo de sumo ao som de uma música vibrante dos seus moços de recados. A mentira sobre paraísos e mais paraisos não passa de uma conversa para o boi dormir, como se costuma dizer.
As igrejas ensinam que só tem acesso ao paraíso aqueles que já tiverem morrido.
A condição para aceder ao paraíso é morrer, mas segundo Roque Silva é contribuir para a vitória do seu partido nem que seja por violência, trazer um pau, uma catania, um martelo. nda a prometer paraísos aqueles que contribuírem para a vitória do seu partido nem mesmo que seja através de violência, de fraudes organizadas pelo STAE, por enchimento de urnas com votos falsos. Esses agentes do mal viverão em paraísos nos municípios que a Frelimo for a ganhar, antes de morrerem. Para ir ao paraíso, não precisa, morrer, basta acreditar em mentiras de Roque Silva. O passaporte é o conjunto de mentiras da Frelimo que as portas.
De duas, uma : Roque Silva é um louco ou é um mentiroso que traz, na ponta da língua, uma coleção de entorpecentes que fazem apanhar sono. A mentira tem hora dele, como diz a gente da Beira. Sobre esta questão, voltaremos a falar no dia 12 de Outubro.
Nem mesmo Jesus Cristo, conhecido como Filho de Deus, alguma vez prometeu qualquer paraíso para cada povoado, aldeia, vila ou cidade, mas, Roque Silva, o chico-esperto do partido Frelimo, anda a prometer tudo e mais alguma coisa aos que o ouvem e seguirem as suas mentiras. Ninguém, em pleno das suas faculdades mentais, se entusiasmado com esse tipo de promessas. As pessoas já não se batem correndo atrás de um osso sem tutano, jogado à rua por indivíduos endinheirados à maneira.
Desde 1975, que a Frelimo está no poder e, até ao momento, não construiu nenhum paraíso em Moçambique. Com os sistemas nacionais da Educacao e de Saúde escangalhados e ao avesso, de onde virão os tais paraísos que Roque Silva anda a prometer? Com a rede viária do país toda destruída e descarcterizada, de onde virão os paraísos sonhados por Roque Silva? Ainda transportamos a imagem da cidade da Beira com as ruas esburacadas e algumas fechadas ao público, no tempo dos "chivavices e companhia". Roque Silva é muito atrevido por de andar a prometer paraísos em caso de vencer as eleições.
Os Roque Silva desta vida pensam que o povo tem memória de galinha que se esquece com facilidades dos males que lhe fazem. O povo sabe quem é o responsável pelo atraso do seu país e não precisa de lobos feitos carneiros para lhes seguir o trilho que leva à desgraça. Roque Silva já não vai a tempo de enganar a ninguém que o discurso da vida vai melhorar é conhecido, e nada aconteceu, faz cerca de 50 anos. O país vai regredindo por cada ano que passa. Isso é visto a olho desarmado. Não se precisa de lupa que o país está no plano inclinado e a derragem é o que se pode ver todos os dias. A derrapagem do país não se deve ao colonialismo nem a guerra dos 16 anos, mas à má governação. Não acertamos o passo e dizemos que a culpa seja sempre dos outros e nos esquecemos que nos governam mal e cada vez pior.
As pessoas da nossa geração sabem que noutros tempos, mesmo em zonas mais recônditas, nenhuma criança estudava encurvada ao chão, mas, hoje, em plena Capital - Cidade de Maputo e em outras grandes cidades, as nossas crianças estudam sentadas ao chão e expostas ao relento. É a isso que Roque Silva chama de paraíso?
O que impede a Frelimo de construir paraísos para as pessoas não abandonarem os seus locais de residência sempre que cai um pingo de chuva? O impede limpar as cidades e vilas que a Frelimo vem governando para que sejam verdadeiros paraísos na terra? Porquê as ruas das cidades e vilas estão esburacadas, lixo por recolher e encharcadas?
Os paraísos nunca chegarão enquanto os Roque Silva desta vida não forem expurgados do poder.
Enquanto os corruptos continuarem no comando do país nunca haverá desenvolvimento. Antes de prometerem paraísos, prendam os que jogaram o país na lama da pobreza e andaram a fazer fiado em nome do povo! Em 50 anos não construíram paraíso nenhum e vão fazê-lo em apenas cinco anos? - É uma grande Mentira!
Os paraísos que, talvez, chegarão no dia 30 de algum Fevereiro. Os paraísos de Roque Silva não são reais. São fictícios. Fazem parte do pacote da grande mentira política dos que levaram o país à hecatombe econômica. Não acreditem em paraísos porque não existirão. Eles já vivem no paraíso. Andam em grandes carros, têm altos salários, não pagam impostos na importação de bens em que se chafurdam.
Eles sempre viveram em paraísos. Eles querem continuar em paraísos em que estão à custa do povo. O povo não quer paraíso nenhum. Quer paz e liberdade. Quer desenvolvimento socioeconómico. Quer eleições livres, justas e transparentes, sem violência policial nem truques do STAE.
VISÃO ABERTA – 11.09.2023