O Governo moçambicano admite que o País vai falhar a meta prevista de produção de rubis este ano, a qual deverá mesmo recuar quase 40% face a 2022, quando foi de 4,4 milhões de quilates.
De acordo com um relatório do Ministério da Economia e Finanças (MEF) sobre a execução orçamental do primeiro semestre, a que a Lusa teve acesso na segunda-feira (30), os dados disponíveis da produção, concentrada em três empresas, mostram que “não se vai atingir o planificado para o ano de 2023, prevendo-se um decréscimo na ordem dos 38,83%”.
Este recuo é explicado no documento com “a existência de cerca de duas toneladas de ‘stock’” de rubis por parte da empresa Montepuez Ruby Mining, que é a maior produtora, e pelo facto de as jazidas das áreas concessionadas aos grupos Fura Gems e Gem Rock “não serem de alto potencial mineiro e também não possantes”.
“Para 2024 prevê-se um crescimento de 3% em relação ao projectado até finais de 2023”, acrescenta o relatório do MEF, numa previsão que, a confirmar-se, representará uma produção superior a três milhões de quilates no próximo ano.
Só o projecto em Montepuez, na província de Cabo Delgado, consiste em quatro licenças que cobrem 19 300 hectares junto ao maior depósito de rubis do mundo, descoberto pela multinacional Gemfields, em 2012.
Os rubis estão entre as pedras preciosas mais raras e valiosas do mundo, com Moçambique a assumir-se nos últimos anos como um dos maiores produtores.
Em Junho, um rubi de 55,22 quilates descoberto em 2022 – com 101 quilates na sua forma original – pela Fura Gems, numa das minas em Moçambique, tornou-se este ano na maior e mais valiosa jóia deste tipo já vendida em leilão, depois de trabalhada, arrecadando 34,8 milhões de dólares em Nova Iorque.
DE – 31.10.2023