ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
[Edward Shavarndnadze] - “Isto é o advento da ditadura. Eu declaro com plena consciência; ninguém sabe e como será essa ditadura, quem será o ditador ou quais serão as suas directrizes. Mas, quero dizer uma coisa; eu renunciou faço isso em protesto contra a ditadura”.
[Edward Shavarndnadze]-“Depois de mim falou Gorbatchev. Ele disse; isso não é verdade, não há ameaça se houvesse uma ameaça verdadeira porquê Shavarndnadze saberia disso e eu não! Mas, minha fonte era confiável, sabem porquê! Porque eu era Ministro dos Assuntos Exteriores e 30 a 40% dos Diplomatas do Ministério trabalhavam para a KGB. Eles sabiam tudo e naturalmente me informaram e Gorbatchev não queria acreditar em mim”.
O endurecimento do Regime em Moscovo fez com que os comunistas conservadores dos Estados Bálticos partissem para o ataque. Houve manifestações nas ruas de Vílnius e Rígha pedindo que seus Países permanecessem no bloco Soviético entravam em conflito com os separatistas. A tensão aumentava.
[Algirdas Brazauskas: Primeiro Secretário do Partido Comunista Lituano 19[88] -19[90] - “Haviam manifestações com 100.000 a 150.000 pessoas a vista da multidão se perdia no horizonte. Alguns altos Oficiais me chamaram a Moscovo disseram: oferecemos o que for necessário para você sufocar esse movimento e eu respondia; eu não quero nada, eu não farei isso então essas ofertas terminaram”.
[Valery Boldin:Chefe de Gabinete de Gorbatchev e Pustschista]-“Em Vílnius, um Golpe estava sendo preparado; haviam Comandos aguardando apenas uma ordem de Moscovo e eles interviriam eu vi o Presidente Gorbatchev chamar Yazov Ministro da Defesa e dizer. Quanto tempo isso vai durar? Porque não consegue lidar com esse bando de nacionalistas? E, Yazov respondia. Mikhail Gorbatchev, você é Comandante Supremo. Dê-me ordens por escrito e amanhã aquela torre de transmissão, tudo em volta não existirá mais…E Gorbatchev disse. Minha palavra não é suficiente para você? Na verdade, ninguém queria se responsabilizar pelo derramamento de sangue”.
A consequência dessa indecisão nos mais altos escalões do Estado não demorou a acontecer. Os Comandos de elite Alfa invadiram os edifícios públicos em Vílnius a [13] de Janeiro de 19[91] e atacaram os nacionalistas entrincheirados na torre da televisão. Houve [14] mortos e [700] feridos. Acontecimentos semelhantes ocorreram em Rígha, com [4] mortes.
Gorbatchev reagiu imediatamente facto rara nos líderes Soviéticos.
[Mikhail Gorbatchev] - “Lamento profundamente o desfecho trágico ocorrido recentemente na Lituânia e em Hígha e expresso os meus mais sinceros pêsames as famílias afectadas por essa tragédia”.
As notícias das mortes em Hígha e em Vílnius tiveram um efeito retumbante na US e no mundo Ocidental.
[Kasimira Prunskiere: Primeira-ministra de Lituânia 19[90]-19[91] - “Depois daqueles acontecimentos o Ocidente principalmente os Estados Unidos ficaram preocupados. Temiam que desestabilizassem não só aos Países orientais que se tornaram independentes recentemente, mas, também a própria US. Lembra dos comentários do George Bush, Margaretha Thatcher e de François Mitterand naquela época. Eles temiam que estes acontecimentos pudessem impedir a Perestróica de Gorbatchev, eles Gostavam de Gorbatchev contando que ele levasse a cabo a esperança que eles tinham em uma verdadeira democratização da U”.
[27] de Março de 19[91], então para dar mais um passo no longo caminha para a democracia e ganhar novamente o controle da situação o Presidente Gorbatchev decidiu organizar um referendo o primeiro até agora e o último na história do País. Perguntava a população, se a US deveria ser [signatária] dum novo tratado de União ainda por ser definido. [76%] das respostas foram positivas.
No mesmo dia, ouve outro referendo [exclusivamente] na Rússia. [70%] dos votos foram a favor de estabelecer a função de Presidente da Rússia eleito por sufrágio universal. No dia [16] de Junho de 19[91] Boris Yeltsin, fez o juramento tinha acabado de ser eleito o primeiro Presidente da Rússia. Moscovo, agora era sede de duas partes opostas. Ada US representada por Gorbatchev e ada Rússia com Yeltsin no Comando encarnando as esperanças do povo russo.
[Yegor Ligachev: nº 2 do Partido Comunista da US e Conservador] - “Se houve contradições entre Gorbatchev e Yeltsin não foram muito sérias; o que os impulsionava era luta pelo poder; pelo primeiro lugar, foi isso que aconteceu o que houve entre eles. Esses dois homens, amavam tanto o poder, que eu imagino que, Yeltsin se tornado Secretário-geral do Partido o Partido teria- se fortificado. Esse é o paradoxo”.
Nessa luta, Gorbatchev foi prejudicado pelos resultados económicos, para tirar o País da profunda depressão cuja causa havia sido atribuído a ele não teve outro remédio a não ser voltar-se para o Ocidente. Queria obter ajuda económica em grande escala e conseguiu ser convidado a Londres a [15] de Julho de 19[91] para a reunião do G 7 os Países mais industrializados do mundo.
[Roland Dumas: Ministro de Relações Exteriores durante o Governo de François Mitterrand de 19[88] -19[98] - “Foram ditas belas palavras e ele fez um discurso impressionante”.
“Escutem…eu fiz tudo o que disseram para fazer: me pediram para consultar especialistas, eu consultei. Me mandaram especialistas americanos, me pediram para liberar preços e… foi isso que eu fiz. Me pediram para liberar o mercado e eu liberei. Mas…agora eu não tenho mais saída; se vocês não me ajudarem…será um desastre”. [Gorbatchev].
Conforme, Ronald Dumas, mas quem surpreendeu ainda mais foi o Primeiro-ministro inglês, que presidia a reunião. Ele o cumprimentou, o acompanhou para fora e depois nos reuniu para discutir o assunto. Para minha surpresa o Primeiro-ministro inglês disse: “é verdade, é preciso ajudar o Gorbatchev, mas…, o futuro é incerto e nós temos obrigações. Temos que guardar alguma provisão para os seus sucessores”.
“Foi bem surpreendente já que foi admissão da ideia de que, Gorbatchev estava para cair” [Ronald Dumas].
[Noam Chomsky: Especialista em Política Americana] - “Eles preferiam Yeltsin, e Yeltsin era um líder brutal e duro; contrário a democracia e que, eles acreditavam que poderia manter a Rússia sob o controle. Era o tipo de pessoa que Clinton queria no poder. Gorbatchev estava indo em boa direcção e…, ele poderia ter tentado encaminhar a Rússia, para uma democracia, uma social-democracia e…para uma reforma de independência que o Ocidente não queria. Eles preferiam ter um ditador, que fizessem o que eles quisessem”.
[Stephen Cohen: Estudioso Liberal da União Soviética] - “se o G7 tivesse dado a Gorbatchev; um grande pacote financeiro de ajuda, económica, financeira e de crédito, não teria havido uma tentativa de Golpe. Nunca teriam ousado ir contra Gorbatchev, se ele tivesse um pacote de ajuda financeira de 20 bilhões de dólares. Nunca teriam feito isso”.
Gorbatchev voltou de Londres com as mãos vazias e sabia que sua posição política estava por um fio. As férias de verão estavam próximas e circulavam rumores de um [Golpe] de Estado, tinham fundamento, um Golpe estava sendo preparado há muito tempo por pequeno grupo. Todos próximos ao Presidente Gorbatchev ou Membros do seu Governo.
[Valisy Sataredubtsev: Membro, deputado Comunista] - “Começou em Dezembro de 19[90], não nos encontrávamos todos juntos. Nos reuníamos em pequenos comités, o País estava indo para ruína e era necessário tomar medidas extraordinárias para deter esse processo. Tínhamos a Constituição da US por detrás e o referendo de Março, quando as pessoas tinham dito que um firme não à dissolução da US”.
Os aspirantes a golpistas se oponham fortemente ao novo Tratado preparado por Gorbatchev que tornaria a US, uma Federação de Estados Soberanos (FES) cada qual gozando de um grande grau de independência.
[Mikhail Gorbatchev] - “O projecto de um Tratado para criar a nova União estava pronto. Foi publicado no fim de Julho, os principais problemas estavam quase resolvidos; o dia da assinatura tinha sido marcado; seria no dia 20 de Agosto. Os primeiros a assinar seriam Rússia e Bielorrússia. Os conspiradores pensaram agora é a hora de agir. Foi isso que aconteceu!”
Fores, Crimeia, Agosto de 19[91]. No dia [18] de Agosto enquanto Gorbatchev e a mulher e a família estavam em férias na Residência Presidencial na Crimeia algo preocupante ocorreu.
[Anatoli Serguey: Membro do KGB] - “O Mistério da Defesa cortou a electricidade e o telefone na Residência Presidencial. Os militares disseram-me que tinham recebido a ordem. Foi isso que aconteceu. E eles saíram de lá”.
Enquanto isso, navios da Marinha de Guerra Soviética patrulhavam ostensivamente ao longo da costa. A ideia era criar uma sensação de [tensão] na Residência. Pouco tempo depois, uma delegação de Ministros e Membros do Parlamento entrou na Residência de Gorbatchev. Sem mais delongas, ordenam que ele declarasse Estado de Emergência no País o que de facto confirmaria o Golpe de Estado.
Ele respondeu declarando princípios Constitucionais.
[Mikhail Gorbatchev] - “Eu simplesmente disse aos conspiradores; reúnam o Congresso do Povo então; vocês falarão diante deles e eu farei o mesmo. Depois; tomaremos a decisão adequada. Eles me responderam. Nesse caso renuncie! Eu me recusei, portanto; o Golpe deparou-se com minha resistência e não teve o meu apoio. Eles queriam que eu os apoiasse. Foi assim, que as coisas aconteceram”.
De acordo com um dos conspiradores presentes, o comportamento de Gorbatchev naquele [18] de Agosto quando o futuro de Regime estava em jogo foi bem diferente.
[Serguei Dimitri: Membro do KGB] - “Eu estava lá, e foi assim que Gorbatchev se comportou. Ele pegou um pedaço de papel e disse; escreverei ao Presidente do Parlamento pedindo que reúna o Congresso do Povo. Ele pegou a caneta e um pedaço de papel, mas disse: a verdade porque eu escreveria; vocês estão aqui; vão e digam ao Presidente para reunir o Congresso”.
[Valery Boldin: Chefe de Gabinete de Gorbatchev] - “Outro participante entendeu o comportamento de Gorbatchev como; um encorajamento tácito ao Golpe. Tivemos a impressão de que; o Presidente não nos podia dizer abertamente. Vão em frente dêem um Golpe peguem Yeltsin pelos pés e joguem-no onde quiserem. (…) Não!... Ele nunca disse isso. Mas, os Presidentes não usam esse tipo de linguagem”.
Então, os conspiradores entraram em Moscovo [Kremlin] sem autorização Oficial do Presidente Gorbatchev e decidiram precipitar os eventos.
Declaração dos Líderes Soviéticos:
«Devido a Mikhail Gorbatchev, estar incapacitado por motivos de saúde a exercer suas funções de Presidente da União Soviética, conforme alínea 7 do artigo 137 da Constituição.
Declara-se o Estado de Emergência»
Moscovo, 18 de Agosto de 1991
[500] tanques de combate entraram em Moscovo, foi o Ministro da Defesa quem dera ordem. Posicionaram-se em lugares [estratégicos] em volta de Ministérios, da Rádio, da Televisão. Rodearam o Parlamento da Rússia, a Casa Branca. Os conspiradores no Kremlin; instituíram a censura. Proibiram demonstrações e estabeleceram um toque de recolher. Entraram em contacto com Boris Yeltsin, que recusou o convite para juntar-se a acção.
[Connady Burbuls: Assessor de Yeltsin] - “Na casa de campo de Yeltsin, nós traçamos um apelo ao povo. Encontramos as palavras claras, precisas e adequadas para dizer que Gorbatchev, o Presidente legitimamente eleito tinha sido retirado do poder e que os golpistas eram criminosos de Estado. Foi a chave para o que iria acontecer naqueles próximos três dias. Aquela simples frase. Foi uma frase destinada à Comunidade Internacional e também ao povo dentro de nossas fronteiras”.
Cada vez mais moscovitas chegavam a Casa Branca que estava rodeada por tanques. Yeltsin decidiu ir lá falar com os soldados dos tanques em sua maioria recrutas.
[Connady Burbuls: Assessor de Yeltsin] - “Eu disse a ele. Nem penso nisso, Boris! Está fora de questão. Não sabemos o que eles pretendem. Não sabemos quem pode estar emboscado em algum telhado ou balcão. Você; não pode fazer isso! Ele se voltou e disse: dê-me texto da Declaração. Eu ainda tentei persuadi-lo a mudar de ideia, mas cinco a seis minutos depois Yeltsin tinha subido num tanque e alguns de nós subimos com ele”.
[Boris Yeltsin] - “Já que não tenho acesso a Televisão ou Rádio lerei isto. Aos cidadãos da Rússia; na noite do dia [18] para [19] de Agosto de 19[91], o Presidente devidamente eleito de acordo com a lei, foi retirado do poder. Tudo isso nos leva a declarar ilegal esse assim chamado Comité”.
A declaração de Yeltsin, teve um efeito imediato nos manifestantes, que tinham ido à Moscovo a procura de um líder. Os jovens soldados dos tanques não sabiam o que fazer.
[Vasilly Starodubtsev: Membros do Parlamento, deputado Comunista] - “As coisas começaram a ir mal para nós quando Yeltsin e sua comitiva e todos os traidores nacionais não há outro nome para eles; levaram cerca de 100.000 pessoas para frente da Casa Branca. Isso afundou o barco completamente”.
As [17] horas os conspiradores apareceram pela primeira vez. Guenady Yanayeff, rodeado por cinco homens, fez uma conferência de imprensa. Ministros e dignitário do Partido todos; tinham sido designados por Gorbatchev.
(Continua)