Sabem o que é o NISS? É o Serviço Nacional de Inteligência e Segurança do Ruanda. A sigla está em inglês. Há uma rede de espiões, filiada ao NISS que opera em Moçambique, visando sobretudo opositores de Paul Kagame, exilados no País e outros empresários ruandeses.
O NISS opera clandestinamente em Moçambique, mas foi o Governo moçambicano que permitiu a sua entrada no País, talvez como moeda de troca pelo facto de o exército ruandês estar a ajudar as Forças Armadas de Moçambique no combate dos jihadistas que há cinco anos devastam Cabo Delgado.
Nós temos dito repetidamente que não há jantares gratuitos. Ruanda não faz parte da SADC. Qual seria o interesse de Paul Kagame em ajudar, desinteressadamente, Moçambique? O Presidente do Ruanda é conhecido pela sua implacável perseguição aos que se opõem à sua liderança. E muitos destes opositores residem em Moçambique, investem, mas vão desaparecendo um por um sem explicação plausível.
Recentemente, a associação dos refugiados ruandeses, exilados em Moçambique, denunciou que Kigali tinha uma lista de alvos a abater. São indivíduos que se opõem a Kagame. Encabeçava essa lista um ruandês de nome Revocant Karemangingo, um empresário que desempenhava o cargo de vice-presidente da organização. Foi abatido. E o Governo moçambicano não mugiu nem tugiu.
Moçambique é quintal de Kagame. E muito provavelmente ele deve ser o Presidente de facto deste País!
Por outro lado, um ex-chefe do serviço de inteligência externa do Ruanda , de nome Patrick Karegeya, opositor de Paul Kagame, foi encontrado morto há um tempo atrás num hotel de Johannesburgo.
Um outro dissidente ruandês exilado na África do Sul, de nome Faustin Kayumba Nyamwasa, sobreviveu a duas tentativas de assassinato em Junho de 2010.
O Governo de Ruanda, como sempre, negou qualquer envolvimento nos ataques.
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