Em junho do presente ano, o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica apreendeu cerca de 71 armas de fogo modernas e diversas numa residência localizada no bairro Trangapasso, na Cidade de Chimoio. Na altura dois cidadãos estrangeiros foram apresentados como os proprietários do referido armamento e consequentemente detidos.
Portanto, desde a mediatizada apresentação do material bélico e dos referidos proprietários, nunca mais as autoridades nacionais trouxeram ao consumo público qualquer informação adicional sobre o caso, deixando no ar e pelas conversas da “boca pequena” que os mesmos já estejam fora dos calabouços e o caso arquivado.
De fontes penitenciárias e policiais, “Integrity” apurou que os implicados ficaram apenas 20 dias nas celas da PRM em Chimoio, local este, onde o caso veio a perder “pernas”, culminando com a soltura dos dois estrangeiros e a situação tratada como se nunca tivesse acontecido. Entretanto, nenhuma fonte judicial aceitou falar sobre o caso, mesmo depois de terem garantido aos moçambicanos que estavam a fazer um trabalho de investigação daquele caso, e que pairam ligações com o fenómeno de terrorismo que desde outubro de 2017, vem afectando o povo moçambicano, em especial a população de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.
Portanto, mesmo depois de certos órgãos de comunicação social nacional terem escrito na altura que “um Juiz de instrução havia recusado o pedido de liberdade sob termo de identidade e residência, o facto é a suposta prisão preventiva nunca chegou a acontecer para o português João Moreira da Cruz e o zimbabwiano Gert Andrew Naupe”, revelou uma fonte sénior do SERNAP em Manica.
INTEGRITY – 05.12.2023