RESUMO DA SITUAÇÃO
A campanha do Estado Islâmico de Moçambique (EIM) “mate-nos onde os encontrar”, lançada a 4 de Janeiro, esmoreceu nas últimas duas semanas. No entanto, os insurgentes conseguiram uma significativa vitória ao ocuparem Mucojo, distrito de Macomia, depois de forçarem as Forças de Defesa de Moçambique (FADM) a abandonar as suas posições estratégicas na costa. A ocupação de Mucojo marca a primeira vez que a insurgência detém uma povoação significativa desde que foi expulsa de Mocímboa da Praia e Mbau em Agosto de 2021.
A aldeia foi ocupada pelos insurgentes no dia 21 de Janeiro, segundo a Voz da América, que depois se apoderaram de alimentos e bens deixados no quartel. A ocupação ocorreu depois de os insurgentes terem ameaçado vingar uma série de assassinatos perpetrados pelas FADM e de, a 18 de Janeiro, terem avisado as FADM de que iriam lançar um ataque iminente, o que levou as forças de segurança a retirarem-se sem dar luta. Carta de Moçambique noticiou que as FADM executaram sumariamente três jovens nas aldeias de Rueia, Nambija 2 e Nacutoco, nos arredores de Mucojo, entre 16 e 18 de Janeiro. Uma fonte local disse ao Cabo Ligado que cerca de sete civis podem ter sido mortos. Isto seguiu-se a um ataque a Mucojo, a 26 de Dezembro, no qual nove soldados moçambicanos foram mortos. Um grande grupo de até 40 insurgentes também foi observado a comprar bens na aldeia vizinha de Pangane e foi alegadamente auxiliado por simpatizantes locais, afirmaram fontes locais.