O ministro da Defesa, Cristovão Chume, acredita que há ambições ocultas por detrás do terrorismo que tem assolado a província nortenha de Cabo Delgado, com o risco de alastrar para o resto da região da África Austral.
Falando na quinta-feira (25), em Maputo, na reunião de encerramento da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança entre Moçambique e Zâmbia, Chume afirmou que “Moçambique não pretende permitir que isso aconteça, como fizemos no passado com o colonialismo, que queria estabelecer-se e florescer. Será com o mesmo vigor e ímpeto que combateremos o terrorismo, centímetro a centímetro, no nosso solo nacional.”
De acordo com a AIM, o ministro fez um forte apelo àqueles que estão a financiar terroristas, para que deixem de o fazer, e exortou aos que foram recrutados para grupos terroristas que regressem e se entreguem às Forças de Defesa e Segurança, independentemente de serem moçambicanos ou estrangeiros.
Para Chume, “as forças militares devem estar atentas a esse terrorismo e ser capazes de observar, analisar e tirar conclusões sobre o mesmo, de modo que antecipem e evitem que esses males afectem a região e os dois países em particular”.
“Além disso, devemos intensificar a nossa cooperação bilateral no domínio da defesa e da segurança através de um intercâmbio contínuo de informações. Devemos também estar atentos aos actos ilícitos que põem em causa a soberania e a segurança das nossas nações, como o terrorismo, a imigração ilegal, o tráfico de droga e de seres humanos, a pirataria marítima, entre outros, para os quais temos de redobrar os nossos esforços, para responder de forma adequada”, disse.
Por seu lado, o ministro da Defesa da Zâmbia, Ambrose Lwiji Lufuma, reiterou que o apoio do sector da Defesa e da Segurança é fundamental para manter ou levar a cabo certas iniciativas conjuntas.
“Estas incluem a recente modernização e expansão do porto de Nacala e a assinatura de acordos para desenvolver o corredor de Nacala”, disse Lufuma, de acordo com o qual este tipo de iniciativas pode reforçar a cooperação de alto nível entre a Zâmbia e Moçambique, bem como o Maláui, para aumentar ainda mais a conectividade regional, ao mesmo tempo que oferece novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento, incluindo a melhoria das economias locais e a criação de empregos para os cidadãos.
“Não obstante estas perspectivas, o crime organizado transnacional, incluindo o contrabando, a migração ilegal, a exploração madeireira ilegal, a caça furtiva e a ameaça do terrorismo continuam a representar uma grande preocupação para a paz e a segurança da Zâmbia e de Moçambique e da região em geral”, afirmou.
“A este respeito, a Comissão oferece-nos uma oportunidade de partilhar experiências e conhecimentos, bem como de conceber formas inovadoras e eficazes de abordar estes vícios”, acrescentou.