Por Edwin Hounnou
Ficou claro que o empate, de dois golos para cada lado, que a nossa selecção de futebol, os Mambas, obteve, no seu primeiro embate, a 14 deste Janeiro, com a sua congênere egípcia, no Campeonato Africano das Nações, a decorrer em Abidjan, capital da Costa de Marfim, foi um resultado injusto.
A selecção nacional moçambicana teve um bom desempenho e a vitória seria o resultado mais acertado pelo seu desempenho. Teve uma boa prestação e o público aplaudiu bastante.
O árbitro da partida mandou marcar uma grande penalidade contra Moçambique, no final do tempo de compensação. Não foi difícil adivinhar o que esteve por detrás daquela atitude do arbitro - era para prejudicar o combinado moçambicano.
Todas as demonstrações do vídeo-árbitro não provaram em que momento o jogador moçambicano teria metido a mão na bola. Não conseguimos visualizar nada do que teria levado o árbitro a concluir que houve mão à bola. Mesmo perante todas as dúvidas suscitadas, o juiz da partida mandou marcar o castigo máximo que culminou num empate.
O árbitro comprometeu o sonho de Moçambique, impondo um empate com sabor a derrota por falta de uma arbitragem profissional. Os Mambas se bateram para que a vitória sorrisse para Moçambique, mas o árbitro assim não o quis.
Todos os moçambicanos sentiram a dor e raiva de uma injustiça de serem roubados a vitória. O empate que os Mambas tiveram, nesse jogo, leva -nos a uma reflexão sobre quanto sofrimento e dor coração cria e sentimento de revolta, nas vítimas, uma injustiça. Algumas vezes, as vitórias que deixam determinados grupos empolgados e coroados de júbilo deixam feridas profundas nos corações de muita gente.
Para entendermos a dimensão do que representa um golpe que um roubo representa, voltemos às nossas eleições que, de forma recorrente, são ganhas pelo mesmo partido e com recurso aos mesmos métodos fraudulentos e violência policial.
Ninguém sabe quando voltaremos a nos cruzarmos com uma arbitragem tão polêmica quanto injusta como daquele juiz mauritano, porém, estamos cientes de que daqui há cerca de nove meses, o povo estará frente-a-frente com o partido que, semptre faz fraudes e o coro da sua gente e das suas instituições de apoio - os celsos correias, o STAE, CNE e Conselho Constitucional.
Antes de ficarem saradas as feridas abertas, em Outubro e Dezembro do ano de 2023, o povo vai, muito em breve, experimentar outro grande tormento, se medidas adequadas não forem tomadas e, em particular, a oposição continuar a se bater pelas migalhas que caem da majestosa mesa do poder.
O roubo provoca feridas, rancores, ódios e ressentimentos nas pessoas, famílias e nos grupos socipolíticos atingidos. O roubo cria sentimento de vitória no seu autor por ter alcançado o objectivo pretendido à custa do roubo, da desonestidade e do gangsterismo.
Os malandros não têm remorsos nem peso de consciência do mal que andam a fazer contra pessoas. O remorso não deixa tranquilo a gente de bem. Só pode ter remorsos quem for filho de boa gente. Não parece que seja isso o que acontece com os que roubam votos, largam a polícia para continuarem no poder. Quem sobrevive de fraudes a fim de permanecer no poder, não tem remorsos porque de nada.
A prática de fraudes se deve à falta de resultados que cativem os corações dos governados. Ninguém se deixa levar por caloteiros que venderam o país, que desarticulou a agricultura e destruiu a indústria. Quem deixou o país sem estradas nem transporte público digno, tem que recorrer a fraude e violência para se manter no poder.
O STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral), a CNE (Comissão Nacional de Eleições) e o Conselho Constitucional e a PRM (Polícia da República de Moçambique) servem para manter no poder em mãos de gente sem qualidade que o país continue a ser "comido".
O povo não deve aceitar que seja roubado pelo STAE nem pela CNE nem pelo Conselho Constitucional. Afinal, a polícia que assassina pessoas que se opõem ao regime da Frelimo não tem salários em dia. É um faminto que mata outro faminto. Não só estamos revoltados por nos terem roubado a vitória contra o Egipto assim como estamos furiosos com os órgãos eleitorais que roubam votos para o partido no poder.
Por fim, a derrota dos Mambas perante Cabo Verde destacou o véu podre com o qual o governo vem brincando com o futebol. O governo nu cá fez nada a sério. Os Mambas têm passado por vergonhas.
Ora não têm prémios de jogo, por vezes, nem tem alojamento. Só falam jogar por patriotismo como se eles - o governo - estivessem no poder por simples patriotismo.
Vão brincando mal, enganando-se uns aos outros e os maus resultados estão à vista de todos - os Mambas são uma das mais fracas seleções do CAN/2024.
Que haja vergonha!
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 24.01.2024