FINALMENTE, A CAMINHO DE PORTUGAL...
Quis talvez o destino que, ao beber o cálice da minha amargura, até ao fim, assistisse, em Moçambique, à escalada dum comunismo, primário e orientalista, tipo do Vietname ou Coreia do Norte, o qual vem transformando estas terras em autênticas prisões sem grades e suas gentes em delatoras, algumas das quais do mais abjecto que imaginar se possa! Um autêntico inferno social...
Para detidos e condenados, da cadeia central da Machava, as dificuldades principiaram com a chegada dum contingente da «Frelimo», que veio tomar conta da prisão, após um recluso ter sido ferido a tiro, por um guarda, quando se encontrava, de acordo com o que se diz, apenas a colher laranjas, para as levar aos que se encontravam nessa coisa horrorosa que é a «cela de transição»...
Anteriormente tinham vindo (arrumadas como sacos de batatas...) imagens e objectos sagrados que faziam parte do recheio da igreja da penitenciária de Lourenço Marques...
Sempre gostaria de saber o que pensa, por exemplo, o bispo de Nampula, acerca de tudo isso... e de muitas outras coisas..., bem como os «padres brancos», que certamente vão ficar sem as suas instalações do Lundo...
Para principiar, os «frelimos», armados de metralhadoras, reuniram o «povo» da cadeia, na antiga cozinha e, após as ameaças da praxe, conduziram umas tantas pessoas, de cada vez, até aos respectivos pavilhões, obrigando-as a levar as suas coisas para o economato, onde tiveram de deixá-las, tanto fazendo que fosse dinheiro, para comprar cigarros, como os cestos em que alguns reclusos trabalhavam, para arranjarem dinheiro com o qual matavam a fome à família...
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