O deputado e candidato à presidência da RENAMO, Venâncio Mondlane concedeu ontem (22.01) uma grande entrevista, no programa “De frente com o povo” do canal televisivo TV Sucesso. Portanto, quando vários “detractores do político” esperavam por uma entrevista explosiva e marcada por ataques e contra-ataques, eis que Mondlane mostrou uma maturidade inesperada.
Ponderado e respeitoso perante algumas perguntas “provocativas, Venâncio Mondlane disse que a primeira coisa que fará caso chegue ao poder é revitalizar a chama da RENAMO e unir todo o partido. E em seguida massificar e reposicionar a forma de estar e ser da RENAMO com intervenções públicas mais contundentes e em defesa dos moçambicanos.
Venâncio Mondlane começou por criticar a forma de estar do Partido face ao escândalo das dívidas ocultas, onde segundo entende a acção do Partido deveria ser mais enérgica e se possível submeter uma queixa crime contra o Estado ao nível interno e externo. Um outro aspecto foi o papel do Partido durante à Covid-19, onde verificou-se situações de injustiças e corrupção que mereciam um posicionamento do Partido em defesa dos cidadãos.
Na entrevista, Mondlane afirmou para quem faz trabalho de campo e no contacto com o povo percebe que o Presidente Ossufo Momade não é querido pelo povo, razão pela qual decidiu se candidatar à presidência da RENAMO porque o povo confia na RENAMO, mas não se sente representado pela actual liderança que se encontra distante dos anseios da população.
Prosseguindo o político disse que existem vários outros assuntos que a RENAMO deveria fazer mais, mas que não faz. Ainda durante a entrevista Mondlane revelou que a sua luta não é particular, mas sim colectiva, uma vez que antes de passar à política activa era funcionário bancário e que ganhava bem num dos maiores bancos do País. Entretanto, devido às suas convicções e missão, preferiu abraçar a justiça social e a mudança do status quo do País.
Na entrevista, Venâncio Mondlane disse entender o posicionamento do Partido face ao seu afastamento das funções que ocupava, uma vez que desde que assumiu publicamente que pretendia candidatar-se à presidência no Partido no próximo congresso já não fazia sentido continuar à frente das tais funções.
O político lembrou que a sua missão e maior satisfação é quando resolve problemas do povo conforme já fez na Cidade de Maputo com devolução de campos de futebol nos bairros e indemnizações aos vendedores em certos mercados. Segundo Mondlane, a relação entre ele e Ossufo Momade foi sempre de “pai para filho”, razão pela qual, desde o dia do velório de Afonso Dhlakama, a relação entre ambos foi sempre boa, motivo pelo qual, foi lhe confiado a função de assessor político particular do presidente.
O político desmistificou as informações segundo a qual, os resultados eleitorais haviam sido vendidos. Tendo dito na ocasião que tinha evidências para fazer tamanha acusação, uma vez que conforme a contagem paralela que fizeram a RENAMO venceu com 55% dos votos, mas que a CNE e o CC não usaram as Actas e editais reais da votação.
Na ocasião Mondlane garantiu que não pensa em voltar para trás, e mesmo que perca nas eleições internas, tudo fará para apoiar o candidato vencedor, uma vez que a causa do Partido transcende as ambições particulares. Conforme deixou claro, não pretende criar novo Partido, uma vez que o falecido líder da RENAMO e “pai político” Afonso Dhlakama deixou-lhe com uma missão que no dia do velório, o Presidente Ossufo Momade fez questão de o recordar.
No entanto, a entrevista de Venâncio Mondlane está a ser bastante elogiada pela opinião pública moçambicana dada a sua serenidade, confiança e postura estatal demonstrada, contrariada a uma legião de críticos e detratores que profere afirmações tenebrosas contra a imagem do deputado e candidato à presidência da RENAMO, mais mediático depois da morte do fenômeno Afonso Dhlakama. (O.O.)
INTEGRITY – 23.01.2024