Na última quinta-feira (01.02), o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) esteve na autarquia de Nacala-Porto, na província de Nampula, a desempenhar uma tarefa incomum para aquilo que são suas responsabilidades legais – envolver-se em assuntos políticos. Bernardino Rafael começou por responder às afirmações de Venâncio Mondlane, que há algumas semanas disse que estava na “República de Nacala-Porto”. Rafael afirmou que Nacala-Porto é uma autarquia que está dentro de uma República, Moçambique.
Falando à Imprensa, Bernardino Rafael garantiu que Raúl Novinte entregaria o poder sem confusão, uma vez que ele já fez a sua parte na governação municipal, onde procurou resolver os problemas deixados por Rui Chong Saw, vulgo “Ruca” e o actual edil eleito pela Frelimo vai procurar resolver os problemas deixados por Novinte. Entretanto, está acção do Comandante-Geral é mais política que policial, deixando evidente que Bernardino Rafael prepara-se para dedicar-se à política nos próximos tempos.
Apesar da atitude de mediador de um suposto conflito ser bastante elogiada, a questão é o nível de exposição do Comandante-Geral em assuntos que não lhe dizem respeito enquanto líder policial. Talvez, poderia mediar o conflito latente e evitar envolver-se em questões meramente políticas. Mas, a acção política de Bernardino Rafael já é de longa data, uma vez que os seus discursos e resultados de trabalho são mais políticos que policiais, típico de um Comissário Político fardado com o uniforme da PRM.
“Ele tem medo de falar como da Frelimo porque os chefes dele senão vão lhe conotar, assim como, o da Frelimo tem medo de falar com o da RENAMO, porque também da Frelimo tem medo, senão os chefes dele vão lhe conotar no partido. Eu como não tenho medo, eu busquei os dois e disse vamos sentar, porque os problemas que herdou do Ruca, resolveu até o nível que chegou e herda o jovem Faruk para continuar a trabalhar. E o alvo ou por outra, o objecto da governação do município de Nacala são os munícipes, então eles saudaram-se e estão aqui”, disse Bernardino Rafael.
Acrescentando, Bernardino Rafael afirmou que “diziam que ele não vai entregar as chaves do município nem ele tem, porque os trabalhadores lhe tiraram, então os trabalhadores vão dar as chaves a ele e fará chegar ao novo presidente, não haverá confusão em Nacala. Quem veio aqui dizer que esta é a República de Nacala, é uma vergonha sem precedentes, esta não é nenhuma República de Nacala, é um município pertencente a uma República, que é um País indivisível chamado República de Moçambique. (O.O.)
INTEGRITY - 02.02.2024