As autoridades britânicas desaconselham “todas as viagens” para o norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, tendo em conta os ataques de grupos com ligações ao extremismo islâmico, alertando igualmente para a prevenção durante as deslocações para a província de Nampula.
“Desaconselham-se todas as viagens aos distritos de Mueda, Nangade, Palma, Mocímboa da Praia, Muidumbe, Meluco, Macomia, Quissanga e Ibo em Cabo Delado, e para Memba e Eráti, em Nampula, devido a ataques de grupos com ligações ao extremismo islâmico”, avança o comunicado emitido pelo Foreign Commonwealth & Development Office (FCDO).
De acordo com aquela entidade responsável pela protecção dos interesses e cidadãos britânicos no exterior, “autorizam-se deslocações essenciais para os outros cantos da província”.
Na semana passada, a Embaixada francesa em Moçambique apelou aos cidadãos franceses para não viajarem para os distritos de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, por causa da situação de instabilidade.
Numa informação publicada no seu site, a entidade diplomática referiu a existência de um alto risco de emboscadas nas principais estradas que dão acesso aos distritos daquela província, incluindo em algumas regiões da província de Nampula.
“Na sequência das acções que custaram a vida a várias pessoas no ano passado, no norte da província de Nampula, e que tiveram como alvo a missão católica de Chipene, é também recomendado não se deslocar aos distritos Erráti, Memba, Nacaroa, Muecate, Monapo e Meconta, e não utilizar as estradas localizadas a norte da rota principal Nampula-Nacala”, apelou.
Segundo a instituição, depois dos ataques terroristas de grande escala nos últimos três anos, a situação de segurança mantém-se degradada. “Muitas pessoas que fugiram dessas acções continuam deslocadas”.
Recentemente, o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, avançou, durante a apresentação dos resultados de 2023, que a empresa espera recomeçar até ao final do presente ano as actividades na bacia do Rovuma.
“Estamos a monitorizar o terreno, a população civil já está de volta e verificamos uma certa normalidade. Existem algumas questões de engenharia por resolver, mas espero recomeçar o projecto até final do ano. O que não queremos que aconteça é fazer as pessoas voltarem a Cabo Delgado para, de seguida, forçá-las a sair, factor que seria muito complexo”, clarificou.
A província de Cabo Delgado enfrenta ataques terroristas há mais de seis anos, que levaram a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projectos do gás.
Depois de um período de relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados nas últimas semanas, levando entidades estrangeiras a restringirem as viagens para aquele ponto do País.