Sete condutores de motocicletas-taxi foram mortos e outros 21 escaparam em assaltos, nos últimos seis meses, na cidade de Chimoio, na província moçambicana de Manica.
A situação resulta na redução deste serviço de taxi, que ajuda a minimizar a falta de transporte urbano na cidade.
O caso mais recente ocorreu a 2 de Fevereiro, no bairro 16 de Junho, um subúrbio de Chimoio, onde um grupo de três jovens solicitou um serviço de táxi e após a chegada do operador forçaram-no a entregar a mota e depois o assassinaram com golpes de baionetas.
Neto Chiganda, presidente da Associação dos taxistas de motorizadas em Manica, afirmou que os sequestros e assassinatos dos operadores “continuam a tirar sono” aos associados.
Um dos sobreviventes, Rogério Nelson, disse que, muitas vezes, os assaltantes se fazem passar por clientes e até chegam a pagar pelo serviço para criar uma certa confiança.
“Levei um cliente, que já tinha usado os meus serviços, mas pelo caminho mudou de rota e fomos para uma casa (onde os comparsas aguardavam), asfixiaram-me e perdi os sentidos, meteram-me numa mata e abandonaram-me e levaram a mota”, recorda Nelson.
Combate
Nesta segunda-feira (5), a Polícia da Republica de Moçambique (PRM) em Manica, disse ter desativado um grupo de jovens suspeito de assalta moto-taxistas, tendo na operação recuperado bens roubados.
Mateus Mindu, porta-voz da corporação, acredita que um dos jovens detidos “é o líder que coordenava todas as ações criminosas” contra os operadores. Ele foi alvejado ao tentar confrontar as autoridades.
“O famoso Zebito era tido como o cabecilha da rede dos assaltantes das motas e já vitimou vários operadores. Neste momento, encontra-se sob custódia policial e já há um trabalho em curso visando recolher as restantes motas em mãos alheias”, disse Mindu.
O suspeito, disse Mindu, já era procurado pela Policia e tem um cadastro criminal extenso, incluindo por roubo e assassinato de mota-taxistas.
Contudo, Zebito, 27 anos de idade, nega o envolvimento nos casos de assassinato, assumindo apenas roubo das motas, que as vende no Zimbabwe e Malawi.
Refira-se que as motocicletas-taxi foram introduzidas, em 2015, para colmatar a crise de transporte urbano, mas a atividade é desencorajada pela onda de crime.
Em 2022, 25 condutores foram sequestrados e assassinados, e as motas roubadas. Alguns dos condutores tiveram também os seus órgãos genitais extraídos.
VOA - 06.02.2024