Por Afonso Almeida Brandão
(André Ventura: o Chefe “Apóstolo” do Partido CHEGA)
No passado fim-de-semana foi o conclave nacional-populista do partido à direita das direitas que, entre outras coisas, serviu para reeleger — sem surpresas — o CHEFE, aliás, único, supremo, incontestável e eterno André Ventura.
Por estes dias ficámos a conhecer melhor várias matérias, a meu ver importantes, do Partido CHEGA, naturalmente a ter em consideração no processo de decisão que determinará a escolha do Partido em quem o Eleitor irá depositar a sua confiança através do Voto.
Assim, temos por um lado a abertura de um massivo recrutamento externo — bastante compreensível face à miséria intelectual própria, bem visível em onze dos doze actuais “apóstolos” de São Bento — para comporem as listas de candidatos a Deputados com que irão apresentar-se às Eleições Legislativas antecipadas do próximo dia 10 de Março, ao qual acorreu uma série de pessoas oriundas dos mais variados quadrantes político-ideológicos. Isto é, toda uma gente de altíssimo nível e de elevados padrões ético e moral. Homens e mulheres de qualidades superiormente apuradas e, acima de tudo, de invulgar sentido de oportunidade, todos unidos por uma sede inaudita de protagonismo individual que por ora se sobrepõe à “manta de retalhos”, rota e visivelmente disforme, de coerência e pensamento lógico que os cobre neste sufragante Inverno.
Por outro lado, temos o guião oficial do pensamento programático, que certamente se traduzirá no programa eleitoral a sufragar pelos eleitores portugueses.
Aqui chegados, é tempo de fazer, desde já, um apelo às classes médias: cuidado com o que desejam para Portugal. Pois qualquer pessoa minimamente informada, de classe média, insisto, tem necessariamente de olhar para todas as propostas deste proponente e enquadrá-las na Realidade Económica do País, através do bom-senso e da honestidade intelectual.
Com efeito, e como atrás se disse, é desde já evidente a manifesta necessidade que este Partido tem em termos de Quadros minimamente capacitados para o exercício de cargos políticos. Não apenas de deputados na Assembleia da República, mas imagine-se que um tal desastre eleitoral pudesse ocorrer, também num eventual Governo. Estão a ver o drama?
Conseguem compreender o que está em causa? Não? Fechem os olhos por uns momentos e imaginem a elegância de um Pedro Pinto numa Secretaria de Estado, por exemplo, do Desporto. Ou se conseguirem ir mais além na hipótese académica, sem imediatamente abrir os olhos e terminar com este sinistro exercício, à frente de um Ministério, por exemplo, da Defesa Nacional?
Classes médias, insistimos, cuidado com o que desejam.
Por banda diversa, tal como afirmou o líder “maximus” na entrevista que deu à SIC Notícias, na Convenção do seu Partido, designadamente ao se considerar — e passo a citar — “radicalmente contra o despesismo do Estado”, ao mesmo tempo que anunciava, caso fosse Governo, o aumento de todas as Pensões e Reformas dos Aposentados.
Aumentos que seriam imediatamente realizados, em duas fases, equiparando o valor mínimo de todas as pensões primeiro ao IAS (Indexante dos Apoios Sociais) e seguidamente ao valor do Salário Mínimo Nacional.
Ou seja, tais medidas anunciadas pelo Grande “Metralha” e Líder do Partido do Nacional Socialismo neo-sindicalista securitário português, na Convenção deste fim-de-semana, custariam aos Contribuintes portugueses — mormente, insisto, das fustigadas classes médias que tudo pagam neste País à Beira Mar Plantado há décadas mal governado, através do esbulho violento que o
Estado promove pelos impostos — qualquer coisa como 12 mil Milhões de Euros, i.e., um aumento da despesa de cerca de 4,5% do PIB.
Ora perante esta alarvidade temos duas perguntas a fazer ao “ilustre” Dr. André Ventura:
- —É uma monumental mentira o que diz pretender fazer, caso viesse a estar no próximo Governo, relativamente às pensões dos nossos cidadãos seniores e, porquanto, tal promessa não passa de uma pura vigarice eleitoralista totalmente inconsequente, feita apenas com o intuito de captar o maior número possível de votos destes cidadãos. Uma burla eleitoral pior do que aqueles anúncios de televendas para compra de auriculares entre outros produtos de inutilidade absoluta. E, nesse caso, temos o dever de desmascarar e denunciar estes burlões, por forma a proteger os nossos concidadãos mais vulneráveis de caírem neste conto do vigário.
- — A promessa é real, genuína e imaculada e então temos o dever de alertar, insisto, os nossos concidadãos das classes médias que irão ter de pagar estas medidas, através de um aumento brutal e até hoje nunca visto da Carga Fiscal sobre o seu trabalho e sobre o seu consumo. Não há qualquer outra hipótese política e matemática que possa sustentar tais medidas de equiparação dos valores das Reformas e Pensões, actualmente existentes e em vigor, ao Salário Mínimo Nacional.
A menos que a ideia passe por Portugal entrar de novo numa situação complicada de contas públicas, que nos conduza à óbvia necessidade de pedir uma quarta ajuda externa ao FMI.
Nestes termos — que até o meu neto de 10 anos consegue compreender —, das duas uma, tal promessa eleitoral em equiparar todas as Pensões ao Salário Mínimo Nacional que, aliás, já vem das últimas eleições de 2022, é uma mentira ou é uma verdade. Num e noutro caso é gravíssimo e bem demonstrativo da utilidade real que um voto no CHEGA representa para Portugal e para todos nós.
Classes médias, insisto, cuidado com o que desejam — repetimos. Do extenso rol das medidas maravilha constam, ainda, a “equiparação de suplementos para todas as Forças de Segurança”, com aumentos de vencimento e revisão das carreiras, o fim do IUC e do IMI, a redução do IVA da Restauração e a alucinação do financiamento disto tudo através de umas esclarecedoras “várias propostas” e, note-se, qual Bloco de Esquerda, “com uma contribuição extraordinária da banca”, entre outras medidas não identificadas contra a Corrupção, o Combate ao Mercado paralelo (talvez cabendo aqui as Feiras do Relógio, de Carcavelos ou da Ladra) “cujo dinheiro sai pelas folgas do sistema fiscal”.
Ao mesmo tempo obrigam-se as criancinhas a cantar o Hino jacobino da I República. Tudo numa harmoniosa coerência típica de um manicómio em autogestão. É verdadeiramente admirável ver tanta “gente de bem” prestar-se a esta fraude intelectual e a este embuste político.
Classes médias, insistimos, cuidado com o que desejam…