Justiça americana pediu colaboração à PGR em investigação por lavagem de dinheiro em negócios imobiliários milionários. Empresário moçambicano Nuro Gulam e ex-gestor do BCI foram detidos pelo FBI.
A justiça americana enviou uma carta rogatória a Portugal a pedir a colaboração das autoridades portuguesas no âmbito de uma investigação contra alguns moçambicanos residentes em Portugal por suspeitas de branqueamento de capitais em negócios imobiliários milionários, que estão associadas a outros crimes como tráfico de estupefacientes, e facilitação de contratos de trabalho para vistos de residência para imigrantes.
Na mira da polícia federal norte-americana (FBI) está o empresário Norolamin Gulam, rosto do falido grupo Maiaia de Nacala, que está há alguns anos radicado em Lisboa, e o luso-moçambicano João Jorge, conhecido gestor executivo no sector bancário moçambicano, com passagens pela administração do banco da CGD e do BPI, o Banco Comercial e de Investimento (BCI), e pelo Moza Banco. Ambos foram detidos pelo FBI há mais de duas semanas, quando desembarcavam nos Estados Unidos, por suspeitas de negócios fraudulentos milionários como compra de prédios, apartamentos de luxo e hotéis.
A investigação a estes empresários moçambicanos pelo FBI foi confirmada ao Jornal Económico pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Confirma-se apenas recepção de pedido de colaboração das autoridades americanas. O mesmo tem caráter confidencial”, avançou ao JE fonte oficial da PGR quando questionada sobre o envio da carta rogatória pelas autoridades norte-americanas.
A mesma fonte não avança esclarecimentos quanto à detenção de Norolamin Gulam e João Jorge, cuja confirmação o FBI remeteu, também o JE, para a DEA (agência federal norte-americana de combate às drogas dentro e fora dos EUA e à criminalidade associada ao narcotráfico). Até ao fecho desta edição a DEA não respondeu às questões sobre os crimes que estão a ser investigados e as diligências que foram requeridas à justiça portuguesa.
JORNAL ECONÓMICO – 23.02.2024